Alesp adere à campanha ‘Sinal vermelho contra a violência doméstica’

Mulheres em situação de risco mostram um X vermelho na palm da mão para sinalizar um pedido de ajuda contra a violência

Junto à Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aderiu à campanha “Sinal vermelho contra a violência doméstica” lançada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com a Associação dos Magistrados do Brasil. No evento de lançamento, foi apresentado um retrato da violência doméstica sob a ótica de 1000 mulheres paulistas. Realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas e pela Associação Paulista de Magistrados, esse estudo aponta que 54% das entrevistadas consideram a violência doméstica um tema preocupante; 88% percebem um aumento nos casos, sobretudo no interior; 10% acham que as agressões ocorrem na rua; e 66% dizem que acontecem dentro de casa. Para 63%, o parceiro é o agressor.

A pesquisa apontou ainda que 42% das entrevistas não buscam ajuda, o que causa uma preocupação em relação à subnotificação dos casos. Apesar de todas as delegacias poderem receber denúncias de violência contra a mulher, as mais procuradas são as Delegacias da Mulher. No entanto, mais de 40% daquelas vítimas reclamam do atendimento policial. Para essas mulheres, falta empatia e sensibilidade no momento da denúncia. A presidente da Associação Paulista de Magistrados, Vanessa Mateus, diz que é preciso se sentir à vontade para denunciar. “A mulher que é vítima de violência, quando ela resolve denunciar é um passo gigante que ela deu, um passo imenso fruto de muito sofrimento. Se ela não for acolhida, ela não volta mais. Então, é preciso que a denúncia seja apropriadamente acolhida”, afirmou.

A Campanha “Sinal Vermelho contra a violência doméstica” já foi implementada pelo Governo Federal. Nela, as mulheres em situação de risco mostram um X vermelho na palma da mão ao pedirem ajuda. A ideia foi inspirada em outros países. A presidente da Comissão de Mulheres da Associação dos Magistrados Brasileiros, Maria Domitila Mansur, disse que trouxe o projeto para o Brasil depois de uma conversa com uma juíza indiana. “Nós também conversamos com outros magistrados, em especial com uma magistrada em Nova Deli, na Índia, e ela nos relatou sobre uma experiência do sinal vermelho que elas geralmente usam na testa, na mão, para noticiar um episódio de violência”, contou.


Fonte: Jovem Pan

Comentários