O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Polícia Federal (PF). A investigação foi aberta em abril do ano passado, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e é baseada nas acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Ao deixar o governo, o ex-juiz da Operação Lava Jato afirmou que o chefe do Executivo federal tentou interferir em investigações da PF ao exonerar o então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, braço direito de Moro, e cobrar a troca do superintendente do Rio de Janeiro, com o intuito de blindar familiares e aliados. Bolsonaro nega as acusações.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, contados a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de julho), o presente inquérito”, diz o despacho desta terça-feira, 20. Em julgamento marcado para setembro, o STF irá definir o modelo de depoimento do presidente da República: se será por escrito ou presencialmente. Segundo Moro, uma das provas da interferência de Bolsonaro na PF é a reunião interministerial do dia 22 de abril do ano passado, na qual o presidente da República afirmou que já havia tentado “trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não conseguiu”.
Fonte: Jovem Pan