Erik Momo é sócio de uma rede de pizzarias na capital paulista. No auge da pandemia, o negócio perdeu 50% do faturamento e o empresário precisou demitir 49 funcionários para não fechar de vez. “A gente entende que é importante uma redução, o espaçamento das mesas. Mas quando corta totalmente eles são totalmente sacrificado na receita que eles [funcionários] têm e não há nenhuma maneira da gente compensar isso, porque não temos também receita possível para fazer isso”, disse. Um levantamento da Associação Nacional de Restaurantes mostrou que quase 50% dos estabelecimentos não conseguiram pagar os funcionários em fevereiro. Ao todo, 82% dos comerciantes ouvidos disseram não ter caixa para suportar um novo período de portas fechadas.
O diretor da entidade, Fernando Blower, diz que a quarentena mais dura vai piorar a situação. “É muito poreocupant porque o delivery por si só ajuda, é um alento, mas é muito pouco para resolver todo o setor. o Delivery responde, mais ou menos, a 30% da média, sendo que mais de um terço dos restaurantes e bares sequer tem operação por delivery”, pontou. O endurecimento da quarentena em São Paulo também preocupa o setor da construção civil, que vinha em processo de recuperação dos prejuízos causados no auge da pandemia. Segundo a Fecomércio, com o fechamento das lojas de material de construção, o comércio varejista paulista pode registrar uma perda média de R$ 12 bilhões em março. Na capital, a estimativa é de R$ 6,5 bilhões até o final do mês. A loja de tintas do Nassim Katri vinha recuperando as vendas e estava com estoque cheio. Como o serviço era considerado essencial, o empresário conta que foi pego de surpresa com o endurecimento da quarentena. “A gente estava realmente em uma crescente muito grande e tem uma falta generalizada de mercadorias, com 90 dias de atrasa. Então temos um estoque, porque estávamos na contramão com um crescimento violento. Então a gente está sofrendo com essa falta de fluxo para conseguir fechar as contas”, disse.
O assessor econômico da Fecomércio, André Sacconato, diz que a ajuda financeira do governo será fundamental. “Custos como aluguel, salários e mesmo os custos de financiamentos previamente estabelecidos não vão parar de rodar e esses empresários estão sem receita. Se o governo não agir com força e rápido, podemos ter grande perda de empregos e de renda”, disse. Em nota, a Associação Comercial de São Paulo reconheceu a gravidade da pandemia, mas alertou que as restrições mais rígidas exigem contrapartidas do governo de João Doria e dos municípios, como a imediata suspensão do aumento das alíquotas do ICMS, além do adiamento dos demais impostos. A Associação Paulista de Supermercados informou que os estoques estão em equilíbrio e que, portanto, não há a necessidade de uma corrida da população atrás itens de primeira necessidade.
Fonte: Jovem Pan