A esquerda ganhou cadeiras na Câmara de São Paulo, mas o avanço não garantiria maioria na Casa em uma eventual vitória de Guilherme Boulos (PSOL). Em 2016, o PT e PSOL elegeram 11 vereadores. Agora, foram 14 parlamentares vitoriosos nas urnas. A casa tem 55 eleitos — sendo assim, a maioria simples em plenário depende de 28 votos. A candidatura de Boulos fez a bancada do PSOL triplicar: de 2 no mandato anterior, para 6 agora. Reeleito, o petista Antônio Donato avalia o futuro plenário além da esquerda. “O surgimento de uma direita mais organizada com 7 vereadores, sendo 3 do Patriotas, 2 do Novo, 1 bolsonarista do Republicanos e 1 do PSL; e a coligação de Bruno Covas (PSDB) que aglutina o PSDB, com 8 vereadores; e mais o que se convencionou de chamar de ‘Centrão’ a nível federal, com cerca de 25 vereadores, além do Republicanos e do PSD. Qualquer prefeito vai ter que conversar muito com a Câmara, uma Câmara mais polarizada, mais dividida.”
A tendência centro-direita conseguiu maioria. O atual presidente Eduardo Tuma, do PSDB, reeleito em 2020, lembra que a renovação repetiu as últimas três eleições: 40%, 21 parlamentares. “A diferença é que a renovação foi com vereadores novos de idade e novos também na política. Ou seja, desses 21 vereadores, 4 têm alguma vivência na própria Câmara Municipal e 17 são absolutamente novos. São 17 partidos representados na próxima legislatura e a nossa expectativa na reeleição do prefeito Bruno Covas é que haja uma composição em torno do governo.” O PT e o PSDB mantêm as maiores bancadas, com oito vereadores eleitos. A primeira disputa em plenário começa logo após a posse, no dia 1º de janeiro. O parlamentar mais velho comanda a sessão que elegerá o presidente da Câmara de São Paulo e vai comandar o legislativo no ano de 2021. Em geral a primeira eleição é a mais acirrada da legislatura, na acomodação das forças políticas da Casa.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
Fonte: Jovem Pan