O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira, 15, que a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) não será privatizada. Na inauguração da Torre do Relógio da Ceagesp, na Vila Leopoldina, zona oeste da cidade, o presidente fez claros ataques ao plano do governo de João Doria (PSDB), seu desafeto político, de privatizar o entreposto. “Em primeiro momento, se falou de privatização. E quero deixar bem claro: enquanto eu for presidente da República, essa é a casa de vocês”, afirmou. Os funcionários da Ceagesp, permissionários, políticos e autoridades paulistas receberam comunicado anteriormente os convidando a vestir verde e amarelo em apoio ao presidente Bolsonaro. Centenas de pessoas estavam no local vestidas com as cores da bandeira do Brasil para ver o presidente, que ficou prestigiado na Ceagesp após indicar o Coronel Mello como novo presidente da companhia. Mello Araújo assumiu em outubro e desmantelou um esquema ilegal em que 4.000 carregadores eram obrigados a pagar, irregularmente, R$ 60 por mês para guardar os carrinhos de carga.
“Aqui era um ninho de rato. Aqui tem que começar com trabalho de polícia. Porque tem muito bandido aqui dentro”, afirmou Bolsonaro. Em outubro de 2019, o governador de São Paulo informou seus planos de privatizar a Ceagesp. Na época, Doria assinou um acordo com o Governo Federal que permite a transferência da unidade na Vila Leopoldina para um novo endereço e sua concessão à iniciativa privada. “Não é função do Estado cuidar de ações e atividades, como o abastecimento e distribuição de alimentos, que podem ser melhor desenvolvidas pela iniciativa privada”, disse Doria. Durante o seu discurso, em tom de palanque, Bolsonaro afirmou veemente que a desestatização do entreposto não irá acontecer. “Em primeiro momento, se falou de privatização. Enquanto eu for presidente da República, essa é a casa de vocês. Queriam privatizar para um ‘amiguinho’ se dar bem, esse ‘amiguinho’ vai continuar andando por aí de ‘calcinha’ apertada”, afirmou o presidente. O termo “calça apertada” é utilizado por bolsonaristas em referência jocosa a Doria.
Fonte: Jovem Pan