Bolsonaro perde apoio do povo e se distancia do que se comprometeu quando foi eleito, diz Suplicy

União de partidos à campanha de Guilherme Boulos deve servir de exemplo para a disputa em 2022, diz o vereador

O fraco desempenho dos candidatos apontados por Jair Bolsonaro (sem partido) para as eleições municipais deste ano indicam que o presidente perdeu o apoio da maior parte dos brasileiros, e que o comportamento adotado pelo atual inquilino do Palácio da Alvorada está distante do que ele jurou perante à Constituição brasileira. Esta é a análise que Eduardo Suplicy (PT), candidato mais votado para a Câmara de Vereadores de São Paulo pela segunda eleição consecutiva, faz do saldo dos pleitos municipais deste domingo, 15. “O presidente Jair Bolsonaro precisa se dar conta de que o seu procedimento não tem apoio da maioria do povo brasileiro. Ele está se distanciando da realização do que havia se comprometido quando venceu as eleições”, afirmou Suplicy à Jovem Pan.

Considerado como um dos principais quadros históricos do Partido dos Trabalhadores (PT) no país, Suplicy rotula como “natural” o apoio da legenda à chapa do PSOL encabeçada por Guilherme Boulos na disputa pela Prefeitura da capital paulista, e que o movimento de união dos partidos da ala progressista na maior cidade do Brasil deve servir de exemplo para a organização da esquerda nas eleições de 2022. “Sou inteiramente à favor [da união dos partidos], como já fui nessas eleições. À luz das experiências de forças progressistas no Uruguai, Portugal, Espanha, entre outros países, quando há união de forças, ela passa a ter um resultado positivo.” Ainda neste domingo, o petista Jilmar Tatto, que ficou em 6º lugar na corrida ao somar 8,5% dos votos, manifestou apoio à chapa psolista na disputa em segundo turno contra o atual prefeito Bruno Covas (PSDB).

Apesar de ter liderado os votos para o Legislativo paulistano, Suplicy viu o seu número de apoiadores reduzir dos 301.446 conquistados em 2016, para 167.427 votos. Ele credita o encolhimento em dois fatores: a impossibilidade de fazer campanha nas ruas por conta das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, e a abstenção histórica de quase 30% dos eleitores — ante 22% registrada no pleito anterior. “Por outro lado, ter feito a maior votação outra vez significa um apoio muito forte ao o que tenho feito como representante do povo, vereador e fiscalizado do Executivo. Isso me deixou bastante feliz e animado para continuar com os meus propósitos”, afirmou o ex-senador.


Fonte: Jovem Pan

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