Superfaturamento, adulteração e falsificação de produtos no combate à Covid-19 causaram um rombo nos cofres públicos do Brasil, que superou os R$ 22 bilhões neste ano. Segundo o diretor de Relações Institucionais do Instituto Ética Saúde, Carlos Eduardo Gouvêa, a corrupção no setor pode alcançar valores ainda maiores, especialmente em razão da pandemia. “A gente chegou a esse valor como uma estimativa a partir da experiência histórica. Na verdade, diria que é uma estimativa conservadora, é a ponta do iceberg, é o que conseguimos identificar”, explica. Carlos Eduardo Gouvêa afirma que, em uma investigação civil e criminal, parte dos R$ 22 bilhões podem ser retomados. Mas, sem dúvida, a perda irreparável quem está sofrendo é a população.
“E aquelas pessoas que não tiveram acesso a um respirador na hora que precisava, um tubo de oxigênio, hospital de campanha que foi pago e não foi construído. Tudo isso não tem mais volta, as pessoas se foram. Na verdade, a corrupção não compensa e traz um grande custo para a sociedade”, afirma, pontuando que a corrupção não é intransponível. “A corrupção em diversas áreas já está enraizada em termos de costumes, mas o fato é que o setor de saúde como um todo decidiu dar um basta nisso”, disse. Ações do governo e de entidades representativas do setor já demonstram que o combate à corrupção é uma preocupação permanente e única saída para a melhoria do serviço de saúde no país.
Fonte: Jovem Pan