Na medida em que a vacinação contra a Covid-19 avança em ritmo mais lento do que o esperado, farmacêuticas correm para criar medicamentos que auxiliem o tratamento da doença, principalmente dos pacientes internados. Recentemente, dois laboratórios submeteram estudos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação do uso emergencial das drogas. Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos da agência reguladora, explica que os produtos estão em fase de análise. “São anticorpos monoclonais produzidos pela Eli Lilly e pela Roche. Ambos estão em análise e o objetivo desses anticorpos é auxiliar na recuperação de pacientes que estão na condição de hospitalização por conta da Covid-19.”
No dia 30 de março, a Eli Lilly anunciou novos dados do Blaze-1, estudo de fase 3 controlado por placebo. Fernanda Pimentel, diretora médica da farmacêutica, diz que o produto é composto por dois anticorpos neutralizantes. “Esses dois medicamentos devem ser utilizados em combinação para pacientes que apresentem infecção pelo S com PCR positivo, com doença leve à moderada e que apresentem pelo menos um dos sintomas. Os pacientes precisam ter uma idade igual ou superior a 65 anos ou apresentar alguma comorbidade”, afirma, ressaltando que a empresa mantém diálogo constante com a Anvisa para eventuais esclarecimentos.
No dia primeiro de abril, o laboratório Roche também solicitou permissão para o uso emergencial de um coquetel de medicamentos. Em nota, o laboratório informa que tem estudos em andamento que avaliam o potencial para prevenir a infecção em pessoas expostas ao vírus, assim como tratar o público hospitalizado. A expectativa é que a Anvisa dê uma resposta célere aos medicamentos que entraram com pedido de uso emergencial. Ambas as solicitações já foram aprovadas pela FDA, que é a agência reguladora americana. Com isso, o processo de análise deve focar no uso dos produtos nas condições específicas do Brasil. O diretor da agência, Gustavo Mendes, diz que o cenário não é diferente de outros países. “Mesmo tendo uma resolução mais recente que trata das questão, a Anvisa já vinha discutindo com uma série de laboratórios outros possibilidades para disponibilizar medicamentos para a Covid-19”, disse. Até o momento, o Remdesivir é o único e o primeiro remédio aprovado para tratamento da doença, autorizado no dia 12 de março.
Fonte: Jovem Pan