O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morreu aos 41 anos neste domingo, 16, às 8h20. Desde o início deste mês, Covas estava internado no Hospital Sírio-Libanês, localizado na região central da capital paulista, para tratar um câncer no sistema digestivo, com metástase óssea. O velório será no Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura de São Paulo, e começará às 13 horas. Em seguida, o corpo de Bruno Covas percorrerá em cortejo algumas das principais vias do centro da cidade até a Avenida Paulista. Por fim, será sepultado na cidade de Santos, terra natal do prefeito, em cerimônia restrita à família. Ao ser hospitalizado em 2 de maio, foi descoberto um sangramento interno causado por uma úlcera localizada em cima de seu tumor original. Devido ao episódio, ele precisou ser intubado, mas conseguiu se recuperar. Nesta segunda-feira, 10, ele havia iniciado uma nova etapa de seu tratamento contra o câncer, combinando imunoterapia com terapia-alvo. Divorciado, o prefeito deixa o filho Tomás, de 15 anos. A convivência entre eles foi mantida durante a campanha eleitoral, quando periodicamente o menino era visto ao lado do pai.
O político foi diagnosticado com um câncer na cárdia, a região de transição entre o estômago e o esôfago, em outubro de 2019. Na época, quando a doença foi descoberta durante uma consulta para tratar uma infecção de pele, Covas também recebeu o diagnóstico de uma metástase do câncer original, com linfonodos aumentados em torno do pâncreas e um nódulo no fígado. Ainda em 2019, os tumores diminuíram com o tratamento realizado a partir de sessões de quimioterapia e radioterapia. No entanto, neste ano, o diagnóstico piorou, revelando novos pontos de câncer nos ossos e no fígado.
Nascido no dia 7 de abril de 1980, em Santos, ele estudou nos colégios Carmo e Lusíada, e se mudou para São Paulo em 1995, para estudar no Colégio Bandeirantes. Nesta época, teve a oportunidade de morar com o avô, o ex-governador de São Paulo Mário Covas, de quem era bastante próximo. Em 1998, mesmo ano em que entrou no PSDB, Bruno Covas ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), formando-se em 2002. Ele também é graduado em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde estudou entre 1998 e 2005. “Ser neto de Mário Covas certamente me familiarizou, me fez gostar, conhecer a política. Desde cedo, deixei claro que era o caminho que seguiria. Foi um desejo, uma escolha pessoal”, escreveu o parlamentar em sua página no Linkedin. “Venho de uma família cujo maior patrimônio é o compromisso com a cidadania, com a integridade. Herdei de Mário Covas a crença inabalável de que é possível conciliar política e ética, política e honra e, finalmente, política e mudança. Sigo forte nesse caminho”, continuou. Mário Covas também faleceu devido a um câncer, porém na bexiga. Ele se afastou do cargo em 22 de janeiro de 2001 — Geraldo Alckmin governou o Estado na condição de interino –, e morreu pouco depois, no dia 6 de março do mesmo ano.
Carreira política
Além da Prefeitura de São Paulo, durante a sua carreira, Covas desempenhou mandatos como vice-prefeito, deputado estadual, deputado federal e secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo. Ele assumiu a prefeitura da capital em 2016, quando o então prefeito João Doria (PSDB) renunciou. Em 2020, ele foi reeleito para a cadeira, alcançando o feito de vencer em todos os distritos eleitorais da cidade no primeiro turno do pleito eleitoral. Neto do ex-governador de São Paulo Mário Covas, Bruno faz parte de uma das famílias mais tradicionais do PSDB, partido ao qual se filiou em 1998 e fez toda carreira política. O jovem disputou sua primeira eleição em 2004, quando saiu como candidato a vice-prefeito de Santos, sua cidade natal, na chapa de seu colega de partido Raul Christiano. Entre 2005 e 2006, foi assessor da liderança dos governos de Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Sua primeira vitória em uma eleição aconteceu em 2006, quando foi escolhido deputado estadual por São Paulo com 122.312 votos, um dos maiores índices daquele pleito. Foi relator de 180 projetos de lei, incluindo o da Nota Fiscal Paulista.
Fonte: Jovem Pan