Caso Henry Borel: Relembre outros crimes de violência infantil que chocaram o Brasil

Isabella Nardoni, Bernardo Boldrini e Ágatha Félix: diferentes histórias que resultaram em trágicas mortes

Dor, revolta e comoção nacional. O Brasil acompanha desde o início do mês mais um episódio de violência contra criança: o caso Henry Borel. O menino de 4 anos, morador da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, morreu na madrugada de 8 de abril a caminho do hospital. A mãe do garoto, Monique Medeiros, e o padrasto, Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, vereador da capital fluminense, relataram à polícia que encontraram o menino desacordado após cair da cama. No entanto, laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta lesões internas e lacerações no corpo da criança, o que levou à prisão preventiva do casal. A triste história de Henry reacende o debate sobre os altos índices de violência contra a criança no Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, em média, 243 agressões diárias a crianças são registradas diariamente, sendo 60% delas em ambiente domiciliar.

Da Unicef veio outro levantamento igualmente preocupante: todos os dias, 32 crianças e adolescentes são assassinados do Brasil, uma triste realidade que pode ser ampliada na pandemia de Covid-19, considerando o confinamento das vítimas com os agressores. Nesse contexto recente, além do caso de Henry Borel, outros relatos de agressão vieram à tona, como o de uma menina de 6 anos, moradora de Porto Real, também no Rio de Janeiro, que faleceu neste sábado, 24, após ter sido torturada e espancada pela mãe e a madrasta. Em outro episódio, ocorrido em São Paulo, uma mulher tentou jogar a filha de 2 anos pela janela do carro em movimento depois de um desentendimento com o pai do bebê. Nesse contexto, a Jovem Pan relembra as principais mortes de crianças que abalaram o Brasil e seus desdobramentos.

João Hélio (2007)

O caso de João Hélio Fernandes Vieite não aconteceu em um contexto de violência familiar. Ainda assim, é um episódio carregado de dor e motivou grande comoção nacional. Em 7 de fevereiro de 2007, o garoto de 6 anos, morador do Rio de Janeiro, voltava para a casa no banco de trás do carro da mãe, Rosa Cristina Fernandes, quando, ao parar em um semáforo da rua João Vicente, no bairro de Oswaldo Cruz, Zona Norte da capital fluminense, quatro bandidos anunciaram assalto. A mãe e a irmã mais velha, Aline, de 13 anos, conseguiram sair rapidamente do veículo, mas o menino acabou ficando com parte do corpo presa no cinto de segurança, sendo arrastado por sete quilômetros.

A identificação dos responsáveis aconteceu cerca de 18 horas após o ocorrido. Diego Nascimento da Silva, Thiago de Abreu Matos, Carlos Roberto da Silva e Carlos Eduardo Toledo Lima foram condenados, em 2008, por crime de lesão corporal grave resultante em morte, recebendo sentenças diferentes, que variam de 39 a 45 anos de reclusão. No entanto, em agosto 2019, Carlos Roberto, conhecido como “Sem Pescoço”, foi para o regime aberto, após decisão da Justiça fluminense. A autorização gerou revolta da população e até mesmo indignação do ex-juiz Sergio Moro. “Responsável por assassinato brutal de criança, embora condenado a 39 anos de prisão, foi na prática libertado após dez anos. Barata a vida humana no Brasil. Em outros países, seria perpétua“, disse o ex-ministro da Justiça na ocasião.


Fonte: Jovem Pan

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