Durante um período na pandemia houve queda de circulação de viroses respiratórias. Máscaras, isolamento e crianças em casa cortaram o ciclo de transmissão de vários vírus. Agora, no entanto, a realidade é outra. O cenário é confirmado por números divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que mostram que a quantidade crianças entre zero a nove anos diagnosticadas com síndrome respiratória aguda grave aumentou e, em alguns casos, supera aos registros de Covid-19. Mãe de duas crianças, Danubia conta que os filhos, um menino de um ano e que os filhos, após o período de isolamento, então ficando doentes com mais frequência. “A gente quer ficar em casa com a criança, porque está doente e precisa da gente, mas não podemos porque temos que trabalhar e aí revezamos cuidados com pai e avós.”
Segundo o infectologista Renato Kfouri, a alta é esperada e está relacionada com o reaparecimento de outros vírus respiratórios com o fim do isolamento social. “Em um cenário normal, fora da pandemia, há uma sazonalidade bem definida dos vírus respiratórios. Geralmente, há um predomínio nas crianças pequenas antes do inverno da bronquiolite, no inverno há predominância do vírus influenza, causador da gripe. Como no ano passado não tivemos a circulação de nenhum vírus pelo distanciamento e uso de máscaras, que protegeu contra todas essas doenças respiratórios, o retorno às atividades e o convívio de crianças faz com que esses vírus encontrem uma população ainda não exposta”, afirma. Segundo a Fiocruz, os vilões são o bocavírus e o parainfluenza, que se somam aos casos de vírus sincicial respiratório e rinovírus.
Fonte: Jovem Pan