Prefeituras de 12 cidades do litoral de São Paulo decidiram não cumprir a determinação do governo estadual que colocou temporariamente todos os municípios do estado na fase vermelha do Plano São Paulo para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. O fim de semana começou com grande movimentação turística e praias cheias. As cidades dizem ter reforçado a fiscalização dos protocolos. Entre as cidades que vão manter a fase amarela estão os nove municípios da Baixada Santista (Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos, São Vicente), Caraguatatuba, Ubatuba e São Sebastião, no litoral norte. Além dessas, Mogi das Cruzes e Cotia, na Grande São Paulo, e Bauru, no interior, também decidiram não restringir as medidas contra a Covid-19.
A orientação do governo era que a fase vermelha vigorasse entre 25 e 27 de dezembro e entre 1.º e 3 de janeiro. A gestão João Doria (PSDB) disse na oportunidade que esperava respeito da orientação pelos municípios e dialogaria e notificaria as cidades que não seguissem as determinações. “O feriado está bom, o pessoal está na praia. A pandemia deu uma segurada, mas a galera quer curtir. Acho que os turistas estão descendo antes dos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, já que vai haver restrição. Notei que para um feriado de Natal a circulação de pessoas está maior, tem muita gente procurando fazer atividade física”, disse o proprietário da Escola de Surfe e Stand-Up Paddle, Neno Matos, que trabalha na Praia das Astúrias, no Guarujá.
“A decisão do Estado foi muito em cima da hora. A maioria dos comerciantes já tinha feito estoques e contratado mão de obra extra para o período. Se seguíssemos o decreto iríamos causar prejuízos e desemprego. Estamos atentos, se for preciso adotaremos medidas restritivas”, disse o prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior (MDB). Para o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes da Baixada Santista e Vale do Ribeira, Heitor Gonzalez, a falta de comunicação durante a mudança de região para a fase amarela prejudicou os comerciantes. “Aconteceram muitos erros de comunicação por parte de algumas cidades do litoral, o que causou uma grande confusão no mercado. Não ficou claro o que podia e o que não podia. Primeiro não podia alugar imóveis, as reservas dos hotéis que haviam sido feitas estavam mantidas, mas novas não podiam ser realizadas. Depois não podia botar mesa e cadeira na praia, depois podia”, disse. “É um dos piores feriados de Natal dos últimos anos. Hoje estamos trabalhando com 45% da capacidade”, explicou o presidente.
Fonte: Jovem Pan