Calçadas em condições precárias, falta de guias rebaixadas, inadequação de lojas e restaurantes e falta de acessibilidade em prédios comerciais e públicos são algumas das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência na cidade.
Com 55 mil pessoas com algum tipo de deficiência, Marília tem como grande desafio melhorar a mobilidade desse público que representa quase 23% do total de habitantes da cidade.
A estimativa do número de deficientes é produto de um levantamento feito pela AADM (Associação de Apoio ao Deficiente de Marília), incluindo pessoas com deficiência física, visual, auditiva, intelectual, psicossocial e múltipla. Recentemente, o autismo também foi incluído.
De acordo com o IBGE, a população estimada de Marília é de 240.590 pessoas, ou seja, os 55 mil deficientes correspondem a 22,8% dos habitantes residentes na cidade.
Uma ação simples para a maioria das pessoas, como usar o transporte público, pagar uma conta ou até usar o banheiro público torna-se um desafio pela falta de acessibilidade.
Oswaldo Gonzáles Junior, tesoureiro e diretor administrativo da AADM, considera que as ações com foco em melhorar a acessibilidade são feitas, na maioria das vezes, por pessoas que não conhecem a realidade dos deficientes.
“A maioria dos prédios públicos não é adequada, o que acarreta sérios problemas para cadeirantes. É comum escolas com mais de um andar não possuírem rampas ou elevador, o que impede o acesso ao deficiente. As guias, mesmo as rebaixadas, que não são muitas, apresentam problemas. É preciso uma união com o poder público para que as demandas sejam resolvidas.”
Desafios
O mariliense Luís Paulo Lopes, de 32 anos, desde cedo precisa da cadeira de rodas para se locomover. O morador do bairro Maracá enfrenta diariamente os desafios da mobilidade.
“Calçadas quebradas e construídas com metragem menor do que exigida, pessoas que deixam o portão aberto e até prédios públicos e lojas que não têm acessibilidade. Isso não afeta apenas os cadeirantes, mas outros grupos, como deficientes visuais e idosos. Está na hora de colocar a acessibilidade como prioridade”, diz.
Essa realidade precária é vivenciada em toda a cidade. Uma das reivindicações da AADM é a adaptação de banheiros públicos, como nos terminais rodoviário e urbano, hoje sem estrutura preparada para deficientes.
Sem resposta
Há três dias, a Revista D Marília News solicitou um posicionamento da Prefeitura de Marília sobre as reivindicações citadas na reportagem e o que vem sendo feito para melhorar a mobilidade dos deficientes, mas nenhuma resposta foi obtida.
Fonte: D Marília