Com restrições, brasileiros não conseguem deixar o Chile e pedem ajuda

Brasileiros enfrentam dificuldades de regressar ao país; eles relatam que as companhias aéreas vendem as passagens, mas cancelam os voos sucessivamente

O drama de quem quer voltar ao Brasil e não consegue. “Minha passagem eu comprei em maio, era para 1º de junho, foi cancelada. A fronteira já estava fechada quando comprei em maio. Como estava decretado que a fronteira estaria fechada até 30 de maio, comprei para 1º de junho e pensei: ‘não vou ter problema’. Estenderam o fechamento da fronteira para 15 de junho, eu remarquei para 19. Estenderam e quando entrei para remarcar já não teria mais essa data, para mim apareceu 2 de julho, então já remarquei”, relata Ellen Viviane Martins. A saga da cuidadora de idosos é a mesma de dezenas de brasileiros que, sem respaldo das autoridades governamentais, enfrentam dificuldades de regressar ao país. Eles relatam que as companhias aéreas vendem as passagens, mas cancelam os voos sucessivamente. Para embarcar é preciso, além de uma autorização consular, que o passageiro apresente documentação explicando o motivo da viagem e teste de PCR de coronavírus com resultado negativo de até 72 horas antes da decolagem. O jornalista chileno, Armando Silva aponta que há um recrudescimento e enumera as dificuldades. “Não é um processo fácil, é necessário apresentar exames, apresentar documentação. Não é como era antes que podia chegar no aeroporto com a passagem comprada e ir. Não. Agora tem que apresentar todos os documentos, exame de PCR, tudo necessário para confirmar que você está em boas condições de saúde”, conta.

O Chile voltou a adotar medidas restritivas com o agravamento da pandemia. Os cidadãos podem circular em seus bairros, para trabalhar em outra área é necessária uma autorização especial emitida pelo governo. Com uma população de pouco mais de 18 milhões de pessoas, cerca de quatro milhões possuem a permissão para mobilidade. A multa para quem descumprir a determinação pode chegar a cerca de R$ 355 mil. Com saudade e dor no coração, resta a Ellen, que não vê a hora de voltar para casa, apenas a esperança de retornar o quanto antes aos braços da família. “Um se prepara, a família no brasil fica esperando. Tenho filho, tenho mãe. Está certo que ninguém sabia o que ia passar com a Covid-19, só que a única coisa que eu quero é voltar”, finaliza. A Jovem Pan entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores para saber o que está sendo feito em relação aos brasileiros no Chile, mas não obteve resposta.


Fonte: Jovem Pan

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