Após a Bharat Biotech negar que tenha assinado documentos enviados pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde, a CPI da Covid-19 irá pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que reveja a decisão que garantiu ao dono da empresa, Francisco Maximiano, o direito de ficar em silêncio em seu depoimento. A informação foi confirmada à Jovem Pan pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele será ouvido pelos parlamentares na primeira semana de agosto, após o recesso parlamentar – os trabalhos do colegiado serão retomados no dia 3 de agosto. O habeas corpus foi concedido a Maximiano, conhecido como Max, pela ministra Rosa Weber. De acordo com a decisão da magistrada, o empresário também terá o direito de ser acompanhado por um advogado durante o depoimento, além de “não sofrer constrangimentos físicos ou morais”.
Entre os integrantes da cúpula da CPI da Covid-19, prevalece a avaliação de que a decisão da Bharat Biotech de romper o seu acordo com a Precisa Medicamentos reforça os indícios de irregularidades no contrato firmado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. Líder da bancada feminina no Senado, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que atua no núcleo criado pela comissão para apurar as supostas irregularidades na compra do imunizante, disse à Jovem Pan que a nota da Bharat, divulgada nesta sexta-feira, 23, “só confirma aquilo que já havíamos visto: claramente estávamos diante de uma série de documentos montados”. A Precisa, que intermediou a aquisição feita pela União, afirma que “jamais praticou qualquer ilegalidade”. Na última semana, a rádio CBN revelou inconsistências na documentação: o nome da fabricante está errado (Bharat foi substituído por Bharad, por exemplo), o endereço tem um erro de inglês e o endereço do laboratório na Índia também contém um equívoco – um integrante da comissão confirmou à Jovem Pan que o material faz parte da documentação entregue ao Ministério da Saúde.
Fonte: Jovem Pan