Crianças de 6 a 10 anos são as mais afetadas pela exclusão escolar na pandemia, diz Unicef

Em relação às regiões, 28,4% dos alunos do Norte e 18,3% dos estudantes do Nordeste estavam sem acesso à educação

No Brasil, mais de cinco milhões de crianças e adolescentes estavam sem acesso à educação em novembro do ano passado, devido à pandemia de Covid-19. De acordo com o estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil”, lançado pela Unicef em parceria com o Cenpec Educação, quase 1,5 milhão de alunos de 6 a 17 anos não frequentaram a escola nem remotamente. Além disso, 3,7 milhões de estudantes não conseguiram acessar as atividades escolares e manter o aprendizado em casa. Segundo o levantamento, os alunos mais atingidos têm entre 6 e 10 anos e integram famílias em situação de vulnerabilidade social. De acordo com o chefe de Educação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra, o mais preocupante é que esta faixa etária já estava com acesso universalizado antes da crise sanitária. “Tem um impacto de curto prazo, que é o medo de que esse vínculo com a escola se perca de forma mais permanente. Se a gente não fizer nada, esse número de crianças e adolescentes vai engrossar a fila de abandono escolar. E o outro impacto tem relação com a fase de alfabetização, que a gente sabe que é tão importante para crianças e adolescentes.”

Os números observados pelo Unicef em novembro de 2020 são semelhantes ao que era visto há cerca de duas décadas. Para reduzir as consequências, o integrante do Unicef no Brasil Ítalo Dutra ressaltou a importância da captação dos alunos que ficaram de fora. “A gente precisa reverter esse quadro muito rápido para que esses prejuízos não se estendam por muito mais anos. Há cálculos que pode levar de um a 11 anos a recuperação desse período das escolas fechadas. Tudo depende da rapidez dessa retomada de vínculo e principalmente, a gente precisa fazer a busca ativa desses meninos e meninas fora da escola“, afirma Ítalo. A exclusão na pandemia afetou mais quem já vivia em situação vulnerável. Em relação às regiões, 28,4% dos alunos do Norte e 18,3% dos estudantes do Nordeste estavam sem acesso à educação. A exclusão foi maior entre crianças e adolescentes pretos, pardos e indígenas, que correspondem a 69,3% do total.


Fonte: Jovem Pan

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