Em áudio, homem apontado como fundador da FIB Bank diz que foi usado como laranja

Diretor-presidente da FIB Bank depõe nesta quarta-feira, 25, na CPI da Covid-19

A pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid-19, foi exibido, durante o depoimento de Roberto Pereira Ramos, diretor-presidente da FIB Bank, um áudio no qual um homem, identificado como Geraldo Rodrigues Machado, diz que foi usado como laranja. Segundo os registros da companhia, ele é o sócio-fundador da empresa. De acordo com a gravação, Machado não conseguiu solicitar o auxílio emergencial durante a pandemia do novo coronavírus por estar negativado em razão dos débitos da FIB, que emitiu carta-fiança como garantia para a Precisa Medicamentos na negociação com o Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin.

“Em 2015, ao tentar financiar uma moto, eu não consegui, porque tinha restrição de crédito por pariticpar do quadro societários de empresas em São Paulo. Eu não consegui receber seguro-desemprego por participar do quadro societário de uma dessas empresas, a FIB Bank. Eu trabalho como vendedor externo de uma empresa de frios, nunca estive em São Paulo, nunca assinei ata, nunca participei de nenhuma assembleia, sempre falsificaram as minhas assinaturas. Meu nome constava lá como um sócio ativo. Eu luto na justiça há 3, 4 anos, para resolver essa situação, mas até o momento não conseguimos êxito”, diz na gravação. A FIB Bank tem sede em Alphaville, um bairro nobre do Estado de São Paulo. Geraldão, como é conhecido, mora no município de Pão de Açúcar, no Estado do Alagoas.

O contrato da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde, no valor de R$ 1,6 bilhão, só pode ser assinado porque o FIB Bank foi fiador da Precisa. A empresa emitiu uma carta-fiança no valor de R$ 80,7 milhões como garantia para o acordo firmado para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. Para os senadores, a oitiva de Roberto Pereira está cheio de lacunas. Roberto Pereira Ramos disse que o capital social da companhia que representa é de R$ 7,5 bilhões de reais, baseado em dois imóveis. “Dois imóveis por 7,5 bilhões? Que imóveis são esses?”, questionou o senador Marcos Rogério (DEM-RO). Em pelo menos três ocasiões, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o depoimento é “escabroso”.


Fonte: Jovem Pan

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