Quando o céu escurece na Zona Sul de São Paulo, a comerciante Elania Aparecida vive momentos de tensão. “A gente fica com medo, ficamos rezando para que a chuva passe logo, né?”, diz a moradora. Em meados de 2017, uma forte chuva fez um morro desabar na rua Pandalhos, no Capão Redondo, e arremessou um carro que estava próximo em cima de uma casa. Desde então, o local permanece destruído e abandonado. Na região, o risco de um novo deslizamento permanece, e põe em risco a vida de centenas de famílias que não tem como sair de casa. Janaína Cristina, moradora do bairro, presenciou a tragédia e teme viver tudo de novo. “E quando chove? Com certeza, poraqui aqui é uma área de risco. Tanto aqui quanto outras área daqui também.” Segundo o meteorologista Michael Pantera, o mês de janeiro costuma ser o mais chuvoso do ano, em São Paulo. “No geral, quando a gente tem acumulados acima de 60 ou 80 milímetros em três dias, o solo já começa a ficar muito encharcado. A partir daí a gente já tem condições de ter alguns escorregamento de terra”, explica.
A capital paulista tem 481 áreas com risco de deslizamentos, de acordo com a Defesa Civil. A Zona Sul de São Paulo é uma das áreas mais atingidas pelo problema. Três subprefeituras da região lideram a lista como pontos de risco com destaque para a do M’Boi Mirim, que tem morros espalhados por bairros como Capão Redondo e Jardim ngela. Em nota ao jornal Agora, a prefeitura da capital paulista, sob a gestão de Bruno Covas (PSDB), informou ter um plano de ação para atuar em áreas de risco e que o novo mapeamento informado pela Defesa Civil é “parte fundamental desse processo de mitigação de danos e atendimento a pessoas em situação vulnerável”.
Fonte: Jovem Pan