O mês de junho deste ano foram registrados 2.308 focos de calor na Amazônia, o maior número de queimadas desde 2007. Uma nova análise feita pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e do Woodwell Climate Research mostra que a soma das áreas desmatadas e não queimadas exigem atenção especial, principalmente na porção Sul. São quase 5.400 quadrados de área, quase quatro vezes o município de São Paulo com vegetação derrubada que está sob rico de queimada. Mais de um terço dessa área está concentra em 10 municípios do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia. De acordo coma diretora de ciência do Ipam, Ane Alencar, a situação é preocupante mesmo antes do início da temporada do fogo, que começa em agosto e vai até novembro.
“O que tem preocupado ainda mais é que o cenário pode ficar ainda pior porque estamos passando um seca severa. Essa seca tem afetado várias partes do Brasil e vai afetar, já está afetando, o Sul da Amazônia. A gente precisa tomar muito cuidado com essa situação de seca e de fogo que está apenas começando”, pontua. Nesta semana, o governo federal publicou um decreto, com validade imediata, suspendendo por 120 dias o uso de fogo no território nacional. Ane Alencar disse que a medida até funcionou em 2019, mas não teve efeito prático no ano passado. “A Amazônia pode estar super seca, pode ter muito material para queimar, mas se não tiver quem riscar o fósforo não vai queimar. A moratória do fogo serve para isso, mas ela precisa ter o apoio das instituições para funcionar. Ela precisa ter o caráter punitiva, as instituições precisam atuar de forma articulada para combater o crime relacionado ao desmatamento e ao fogo”, finalizou.
Fonte: Jovem Pan