Após registrar cinco mortes por Covid-19 na sexta-feira, 19, em mais um dia de UTIs lotadas, a prefeitura de Araraquara, no interior de São Paulo, decidiu decretar “lockdown total” por 60 horas. Do meio-dia de domingo, 21, à meia-noite de terça-feira, 23, fecham bancos, indústrias, supermercados, postos de combustíveis e todo comércio, além dos serviços públicos não essenciais. Também não será permitida a circulação de carros e ônibus. O decreto, que visa conter o avanço do números de casos da doença, foi publicado neste sábado, 20. Quem for flagrado fora de casa terá de comprovar com documentos a situação de emergência.
Pelo novo decreto, só podem abrir farmácias e estabelecimentos de saúde. Os postos de combustível só poderão abastecer veículos dos serviços públicos municipais, estaduais e federais, incluindo a Polícia Militar. As pessoas terão licença para sair de casa para atendimento médico, compra de remédio e trabalho em serviço essencial. Quem for pego e não apresentar provas da necessidade será multado em até R$ 6 mil. A cidade permanece na fase vermelha do Plano São Paulo de enfrentamento do coronavírus, o programa estadual de reabertura econômica da gestão João Doria (PSDB). As medidas municipais, porém, são ainda mais restritivas.
Em rede social, o prefeito Edinho Silva (PT) disse que o aumento nos casos e o colapso na rede hospitalar impuseram a necessidade de ampliar o lockdown em vigor desde segunda-feira, 15. “Estamos falando de um momento em que famílias estão chorando a morte de seus entes, que só nós podemos juntos tirar Araraquara dessa situação”, afirmou. O prefeito lembra que as novas contaminações geram impactos sobre os leitos depois de uma semana. Após o anúncio de novos leitos pelo governo do Estado nesta semana, a prefeitura segue em busca de mais médicos. E, no entanto, não conseguirá suprir a necessidade de atendimentos a menos que a curva de contaminação seja quebrada. Edinho teme que a maior número de casos e de mortes esteja relacionado à nova cepa e que passe a ser um fenômeno estadual. “Essa doença é tão terrível, que ela te tira a coisa mais barata que existe e a mais vital, que é o oxigênio”, reforça.
Fonte: Jovem Pan