O Senado não tem previsão para a análise da indicação do ex-advogado-geral da União André Mendonça para a vaga de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). A escolha de Mendonça à cadeira foi enviada pelo presidente Jair Bolsonaro em 13 de julho. No entanto, a mensagem ainda não foi levada a plenário e lida pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – ato necessário para que a votação possa ser agendada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). No momento, não há previsão para o ato formal de Pacheco, tampouco para a sabatina de Mendonça na CCJ. Auxiliares de Pacheco afirmam que uma definição sobre o caso deve ocorrer depois do feriado de 7 de setembro.
A decisão de deixar a indicação em banho-maria ocorre no mesmo momento em que o presidente da República subiu o tom contra ministros do STF e prometeu apresentar pedidos de impeachment de dois integrantes da Corte, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Pacheco tem se pronunciado publicamente nos últimos dias sobre a necessidade de fortalecer o “diálogo entre as instituições”. “O diálogo entre os Poderes é fundamental e não podemos abrir mão dele, jamais. Fechar portas, derrubar pontes, exercer arbitrariamente suas próprias razões são um desserviço ao país. Portanto, é recomendável, nesse momento de crise, mais do que nunca, a busca de consensos e o respeito às diferenças”, escreveu o senador no Twitter. Na manhã desta terça-feira, 17, o senador deu outra declaração na mesma direção: “Nosso trabalho é buscar não acirrar, não jogar lenha na fogueira, mas aparar arestas”.
Fonte: Jovem Pan