Em raro discurso emocionado, Merkel pede novas restrições até o Natal

O discurso emocionado de Angela Merkel levantou a necessidade de proteger os idosos dos encontros natalinos

A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, pediu nesta quarta-feira, 9, que novas restrições sejam impostas no país para combater a pandemia de coronavírus. Em discurso feito durante uma sessão na Câmara, a chanceler mencionou as recentes polêmicas que envolvem as celebrações natalinas no país. Como a maioria dos tradicionais mercados de Natal foram fechados devido à Covid-19, barracas de comes e bebes têm se espalhado pela Alemanha e causado o consumo desses produtos em espaços públicos, o que é atualmente proibido pelas medidas em vigor. “Por mais difícil que seja – e eu sei quanto amor foi empregado na montagem de barracas de vinho quente e waffles – isso não é compatível com o acordo que nós fizemos de apenas comprar comida para levar para casa. Me desculpe, eu realmente lamento do fundo do meu coração, mas se o preço que nós pagamos é de 590 mortes por dia, então isso é inaceitável, no meu ponto de vista”, afirmou Merkel. A primeira-ministra se referia ao número recorde de óbitos que tinham sido registrados nas últimas 24 horas.

A primeira-ministra também fez um apelo para que o contato entre pessoas diminua ainda mais com a proximidade das festas de final de ano. Entre outras coisas, Merkel defendeu a antecipação das férias escolares para reduzir as chances de transmissão do coronavírus durante as reuniões familiares. “Quando os cientistas estão praticamente implorando para reduzirmos nossos contatos por uma semana antes de vermos nossos avós e outras pessoas idosas no Natal, talvez a gente realmente tenha que pensar se não podemos encontrar uma maneira de começar as férias escolares no dia 16 ao invés do dia 19”, defendeu. Em meio à aplausos, a chanceler também lançou uma provocação: “O que nós vamos dizer quando olharmos para trás, para esse evento único do século, se não tivermos sido capazes de encontrar uma solução para esses três dias? (…) Eu só quero dizer: se tivermos muitos contatos até a chegada do Natal e esse acabar sendo o último Natal com os nossos avós, então teremos feito algo de errado. Não deveríamos deixar isso acontecer”, concluiu.


Fonte: Jovem Pan

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