Estação de trem polonesa recebe milhares de refugiados da Ucrânia

A invasão da Rússia à Ucrânia tem deixado dezenas de pessoas sem lar, e o principal destino que elas têm buscado é o país vizinho, a Polônia, que faz parte da Organização do Atlântico Norte (Otan). Na estação de trem de Przemysl, que fica na fronteira entre os dois países, estão sendo organizados comboios para transferência a outras cidades. O fluxo é incessante durante as 24 horas do dia, e a grande maioria das pessoas que chegam são mulheres, crianças e idosos. Homens de 18 a 60 anos estão proibidos da sair da Ucrânia.

Um aparato de cerca de cem pessoas, entre policiais, bombeiros, membros de milícias paramilitares e voluntários ucranianos e poloneses, recebe a enxurrada de pessoas com garrafas térmicas de chá e cestos de sanduíches. “Somos voluntários, não queremos que ninguém nos pague, estamos aqui para ajudar”, diz uma das pessoas que está trabalhando no local. Assim que chegam à estação, os ucranianos passam por uma equipe de assistência que os acompanham até uma mesa de registro, de lá eles são direcionados para o local a qual querem ir. Caronas também têm sido presentes pela região. Poloneses com seus próprios veículos têm levado os refugiados para o seu novo destino.

O número de pessoas na estação aumenta a cada hora e os serviços seguem o ritmo. As luzes ficam ligadas o dia todo e os andares vão sendo divididos. No primeiro, onde antes ficavam os escritórios, agora então as grávidas e mães com bebês. As salas de espera foram convertidas em dormitório para mulheres e crianças, e 80 camas dobráveis tomam conta do local. Mesmo com a emergência e o estresse devido à situação, a organização é excelente, e quando há um chamado para embarcar em um carro que está saindo em direção a Cracóvia, o silêncio toma conta e todos prestam atenção.

Mais de um milhão de cidadãos ucranianos vivem na Polônia, embora estimativas não oficiais coloquem esse número em cerca de dois milhões. A ONU acredita que a guerra na Ucrânia já forçou o deslocamento de cerca de 100 mil pessoas e, no futuro, entre um milhão e quatro milhões de ucranianos podem sofrer o mesmo destino. O governo polonês está disposto a receber todos os refugiados que chegam à Polônia para escapar da guerra e garantiu que o mercado de trabalho neste país pode absorver um milhão de ucranianos se necessário. Varsóvia estabeleceu oito pontos de recepção ao longo de sua fronteira com a Ucrânia e aceita quem chega com documento de identificação, passaporte ou autorização de trabalho emitido na Ucrânia e não exige certificados de vacinação contra a covid-19 para agilizar os procedimentos.


Fonte: Jovem Pan

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