Os Estados Unidos registraram dois novos tiroteios neste domingo, 18. O primeiro aconteceu ainda durante a madrugada na cidade de Kenosha, no estado de Wisconsin, onde três pessoas morreram e duas ficaram feridas durante uma briga de bar. O suspeito teria começado a atirar depois de ter sido convidado a se retirar do local. Ele acabou fugindo e ainda não foi detido pela polícia. Já o segundo incidente aconteceu na cidade de Austin, no estado do Texas. O crime, que aconteceu perto de um edifício comercial, resultou em três mortes e foi cometido por um atirador que também está foragido. Os incidentes aconteceram poucos dias depois de um ataque a uma agência do FedEx em Indianápolis deixar oito vítimas fatais na quinta-feira, 15.
A recorrência de tiroteios vem chamando a atenção dos Estados Unidos. Na quarta-feira, 14, o Passeio Nacional em Washington D.C. foi coberto com 38 mil rosas brancas que representam o número de norte-americanos que morrem a cada ano por incidentes envolvendo armas de fogo no país. A homenagem foi organizada por uma fundação a favor do controle de vendas de armas que é liderada pela ex-deputada do Partido Democrata Gabrielle Giffords. A ativista foi baleada e sofreu graves danos cerebrais durante um tiroteio no Arizona em 2011 que deixou seis mortos e vinte feridos. Poucos dias antes, o presidente Joe Biden anunciou ações executivas que dificultam o acesso às chamadas “armas fantasma”, que por serem fabricadas de maneira caseira, não possuem números de série que permitem que elas sejam rastreadas. Na ocasião, o presidente também lançou incentivos para os Estados removerem a permissão de porte de armas a pessoas que representem um risco para si mesmas e para a sociedade, anunciou um acompanhamento maior sobre o tráfico de armas de fogo e lançou investimentos em programas de intervenção em comunidades que tenham altos índices de violência.
O presidente já tinha manifestado o seu desejo de ampliar as verificações de antecedentes necessárias para comprar armas e até proibir a venda de semiautomáticas no dia 28 de março. No entanto, o democrata enfrenta resistência entre os republicanos. Algumas reformas na lei de armamento já tinham sido aprovadas pela Câmara dos Deputados, majoritariamente democrata, mas não passaram pelo Senado, de maioria republicana, ferrenhamente contrários a essas propostas. A fabricação de armas de assalto, especificamente, já tinha se tornado ilegal em 1994, em um movimento que teve a participação ativa de Biden quando ele ainda era senador do estado de Delaware. No entanto, a medida acabou expirando em 2004 e não foi renovada desde então.
Fonte: Jovem Pan