Fiocruz quer iniciar testes da vacina de Oxford em crianças e adolescentes

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, afirmou que também é preciso se preocupar com as crianças e adolescentes

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou nesta terça-feira,30, que a instituição vai apresentar pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a realização de um estudo da vacina de Oxford contra a Covid-19 em crianças. O imunizante recebeu registro da Anvisa para uso em brasileiros acima de 18 anos e, até o momento, nenhuma vacina foi testada no Brasil para uso pediátrico. Em evento online promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, afirmou que também é preciso se preocupar com as crianças e adolescentes.

“Espero que em breve nós tenhamos aprovação desse estudo. Neste momento, também é a vacina da Pfizer está sendo adotada a partir dos 16 anos e deve ser um dos focos de atenção para uso pediátrico e para os adolescentes também”, disse. Nísia Trindade citou ainda a importância da realização de estudos da vacina em gestantes, outro grupo ainda fora da campanha de imunização contra a doença. No evento, a presidente da Fiocruz disse estar confiante para a aceleração da vacinação nas próximas semanas, após os primeiros meses do ano serem marcados por atrasos. “A partir deste mês de abril vai se intensificar esta vacinação e muitos Estados estarão sendo vacinadas as pessoas das faixas etárias mais altas, até 60 anos, além de grupos vulneráveis.”

Mesmo que a campanha de vacinação melhore de ritmo, autoridades da OMS alertaram que a apenas a imunização não será capaz de conter o avanço da pandemia. Para a diretora-geral-assistente da Organização, Mariângela Simão, o Brasil vive uma fase “bastante aguda” da crise e todos precisam estar preparados para lidar com essa situação. “Há uma falsa sensação de segurança com a chegada das vacinas e, de uma certa forma, também uma fadiga, um cansaço da população com relação às medidas restritivas. É extremamente importante não baixar a guarda”, disse.

O diretor-assistente da Organização Pan-Americana de Saúde, Jarbas Barbosa, reforçou ainda a importância das medidas de prevenção contra a doença. “Quanto mais a gente deixa o vírus circular, nós vamos dando mais chances para que ele se transforme e possa, inclusive, gerar formas com mais severidade, com maior produção de casos graves e mortes. A melhor madeira de evitar as novas variante é controlar a transmissão.” Segundo Jarbas Barbosa, 14 países das Américas, além do Brasil, já registraram casos da variante originada em Manaus e que carrega uma mutação que a torna mais transmissível, o que tem colaborado para a atual crise atravessada pelo Brasil.


Fonte: Jovem Pan

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