Governo da Nicarágua anuncia saída da OEA e chama órgão de ‘instrumento dos EUA’

Ortega 'venceu' eleições após prender sete adversários

O governo da Nicarágua denunciou nesta sexta-feira, 19, a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) e anunciou a saída do grupo após a aprovação de uma resolução condenando as eleições gerais do país, realizadas no último dia 7, em que Daniel Ortega obteve o direito de iniciar um quinto mandato. “Estamos renunciando e nos desvinculando da Organização dos Estados Americanos. Estamos nos retirando da OEA”, afirmou o ministro de Relações Exteriores nicaraguense, Denis Moncada, em entrevista coletiva concedida em Manágua. Moncada declarou que, com instruções de Ortega, enviou um comunicado ao Secretário Geral da OEA, Luis Almagro, no qual eles denunciam a Carta da organização. Com a nota, segundo ele, foi ratificado: “Estamos nos dissociando da OEA”. “Na carta, em conformidade com o artigo 67 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, notificamos oficialmente nossa decisão indeclinável de denunciar a Carta da OEA, em conformidade com o artigo 143, que inicia a retirada definitiva e a renúncia da Nicarágua a esta organização”, detalhou o chanceler.

No documento, Manágua acusou a organização de descumprimento, irresponsabilidade e transgressão de sua própria Carta sobre o respeito à igualdade soberana dos Estados, não ingerência nos assuntos internos e não imposição de medidas unilaterais, ilegais e coercivas. “A OEA foi concebida como um fórum político diplomático que nasceu sob a influência dos Estados Unidos como um instrumento de interferência e intervenção, e suas ações contra a Nicarágua demonstraram que a organização, que opera permanentemente em Washington, tem a missão de facilitar a hegemonia americana com seu intervencionismo nos países da América Latina e do Caribe”, denuncia o texto. Para a Nicarágua, ainda segundo Moncada, isso é inaceitável. “Nós rejeitamos e condenamos essa prática”.


Fonte: Jovem Pan

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