Grupo de acesso homenageia mulheres e religiões africanas em SP; grupo especial tem 1ª noite de desfiles nesta sexta

Desfile da escola de samba X-9 Paulistana no Grupo de Acesso I do Carnaval 2022 de São Paulo, no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital paulista, na noite da quinta-feira, 21 de abril de 2022

A primeira escola de samba a entrar no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital paulista, na noite da quinta-feira, 21, foi a Morro da Casa Verde, que subiu para o grupo de acesso I e apresentou o enredo “Sob a proteção de Oxalá, festa no terreiro de bambas para caçador, curandeiro e padroeiro”. Depois foi a vez da Camisa Verde e Branco ganhar a passarela e homenageando as benzedeiras com o samba “Rezadeiras na fé do trevo de benzo, na fé do trevo de ouro”. A Mocidade Unida da Mooca foi a terceira a se apresentar cantando “Aruanda, o eterno retorno”, que contou a história do termo Aruanda e prestou uma homenagem às religiões afrobrasileiras. A Independente Tricolor trouxe os costumes do povo brasileiro e criticou o conformismo com o enredo “Brava gente, é hora de acordar”. Em seguida, a Estrela do Terceiro Milênio falou sobre as mulheres que ergueram o samba e o Carnaval ao longo da história e na contemporaneidade. O enredo foi “Ô abre alas que elas vão passar”. A X-9 paulistana carregou o enredo “Arapuca tupi, a reconquista de uma terra sem dono”, a história sobre um plano indígena para salvar a humanidade. A penúltima escola a desfilar foi a Leandro de Itaquera, que mostrou o enredo “No Ecoar dos Tambores e no Feitiço da Leandro, de Dahomé às Terras da Encantaria: O Cortejo da Rainha Jeje e os Segredos de Xelegbtá”. Ficou a cargo da Pérola Negra encerrar a noite dos desfiles do grupo de acesso I, com o enredo “O mergulho nos rios sagrados em busca da cura do corpo e da alma”, uma imersão nas histórias dos rios e na relação espiritual da água doce com o ser humano.

A Grazzi Brasil é a única interprete oficial de escolas de samba, tanto no Rio de Janeiro quanto de São Paulo. Na capital fluminense, ela canta na Paraíso do Tuití, já na paulista pelo Terceiro Milênio. Durante o esquenta, ela falou sobre esse desafio e o espaço das mulheres. “A emoção é grande, é uma luta bem grande. Eu acho que esse hino fala tudo o que eu queria falar, o que eu quero falar. É uma grande responsabilidade também, ser uma mulher em um meio tão masculino, mas eu estou feliz, estou muito feliz aqui na Terceiro Milênio, que veio num enredo maravilhoso. Eu estou nervosa”, comentou.

Há muito tempo longe do sambódromo, o sentimento era um só, o de alegria. A cantora e sambista Leci Brandão não conseguiu esconder tanta emoção. “Uma alegria inigualável, porque a gente sabe que Carnaval é uma coisa que aproxima as pessoas, Carnaval traz alegria, traz coração batendo para valer de emoção, de um monte de coisas. E quando você vê todas as escolas no mesmo nível, todo mundo feliz, todo mundo sambando, a gente estava precisando disso. Está todo mundo rindo, todo mundo sambando à vontade, não dá nem para dizer qual foi a escola melhor. Estava todo mundo no mesmo pique, na mesma pulsação e na mesma emoção. Amanhã, a gente tá aí”, disse. Nesta sexta-feira, 22, será a vez do grupo especial levantar as arquibancadas com Acadêmico do Tucuruvi abrindo o desfile. Depois entrarão Colorado do Brás, Mancha Verde, Tom Maior, Unidos de Vila Maria, Acadêmicos do Tatuapé e Dragões da Real.

*Com informações do repórter Daniel Lian


Fonte: Jovem Pan

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