O Hospital das Clínicas de São Paulo confirmou nesta quarta-feira, 2, que investiga um caso de mucormicose em um paciente internado com a Covid-19. Extremamente rara, a doença, popularmente conhecida como “fungo negro“, não é associada apenas ao novo coronavírus, mas foi diagnosticada em centenas de pacientes com a Covid-19 na Índia, país que notificou uma “epidemia” da mucormicose. Se não tratado, o “fungo negro” tem uma taxa de mortalidade de 50%, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Para evitar os óbitos, médicos da Índia têm removido olhos e mandíbulas dos pacientes. “Vimos mais casos de fungo negro na semana passada do que normalmente tratamos em dois anos”, escreveu o Dr. Arvinder Singh Soin, importante médico da cidade de Delhi, em sua página oficial do Twitter, ainda no mês de maio.
Números atualizados na última semana mostram que pelo menos 90 pessoas tinham morrido por causa do fungo na Índia durante a pandemia. A complicação costuma ocorrer em pessoas com comorbidades, como diabéticos, imunucomprometidos ou portadores do HIV, mas o paciente de São Paulo, que tem menos de 40 anos, não se enquadra em nenhum desses quadros. Estudos são feitos para aprimorar a causa da doença no paciente. O fungo não é transmissível e é considerado extremamente raro. A desconfiança da comunidade internacional é de que os casos têm crescido pela prescrição desenfreada e de longo prazo de esteróides para tratar a Covid-19. Apenas 41 casos tinham sido diagnosticados em pacientes do Sars-Cov-2 em todo o mundo, até o mês de março.
Fonte: Jovem Pan