Quase que em pré-campanha visando as eleições do fim do ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez questão de criticar a política do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a mineração em terras indígenas. Em evento que reuniu indígenas em Brasília, Lula criticou a possibilidade da mineração e quaisquer atividades econômicas nas terras indígenas. “Negar aquilo que vocês têm direito. Nenhum fazendeiro tem o direito de invadir o espaço indígena neste país. Nenhum brasileiro tem o direito de plantar soja de forma ilegal, de fazer queimada para criar gado. Esse país tem terra demais, tem muita terra sem que seja necessário ofender as reservas florestais”, afirmou Lula, que foi aplaudido no evento.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) está cobrando das lideranças do Congresso que apresentem nomes dos grupos de trabalho que vão discutir a possibilidade da mineração em terras indígenas. Ele negou que tenha abandonado a ideia de colocar a pauta em votação, mas disse que não cabe a ele a responsabilidade de indicar os integrantes dos grupos de trabalho. “É um trabalho que os líderes têm que fazer. Espero que as indicações cheguem. O que estamos debatendo é se há a possibilidade de juntarmos o GT de mineração e não anda há 11 anos na Casa junto com a mineração em terras indígenas”, disse Lira.
Dentro do Congresso Nacional, existe uma forte resistência à matéria. O líder da bancada ambientalista, deputado Rodrigo Agostinho (PSB – SP) diz que o texto do governo é ruim, foi encaminhado às pressas e enfrenta resistência até de quem defende a matéria. “O intuito principal deste projeto é resolver o problema dos garimpeiros, e não da indústria de mineração nacional. Além disso, o projeto não resolve o problema da falta de fertilizantes no Brasil. Nós temos grandes minas de potássio fora de terras indígenas e que não estão sendo exploradas por uma série de outros motivos. Precisamos debatendo esse assunto com mais maturidade e mais tempo. O setor de mineração é importante, mas não precisa destruir terras indígenas ou continuar destruindo o meio ambiente”, disse Agostinho.
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*Com informações da repórter Luciana Verdolin