O início das negociações da rede privada para compra de vacinas contra a Covid-19 levantou uma discussão sobre os critérios e benefícios da imunizanção particular no Brasil, tema que divide opiniões. Alguns especialistas acreditam que a aplicação nas clínicas particulares agravar a desigualdade no país, já que o acesso aos imunizantes será por determinado pelo poder aquisitivo. Enquanto isso, outras autoridades defendem que a medida poderia acelerar a imunização e desafogar a rede pública de saúde do país, como defende o presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein e do Instituto Coalizão Saúde, Claudio Lottenberg. “É muito ruim dividirmos o público do privado. Efetivamente, somos um sistema de saúde único e que prevê a participação do privado. Respeitando as prioridades, seguindo os grupos de risco, que são os idosos, profissionais de saúde, dentro de uma visão integrada, o privado só iria agregar no sentido de trazer agilidade e eficiência para o sistema. Essa sinergia já existe dentro do sistema de saúde. Não podemos nos dar ao luxo de abrir mão de algo já montado, evidemente sem correr o risco de fugir da priorização do sistema único de saúde”, relata em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
Ao ser questionado sobre a possibilidade da inclusão da rede privada gerar uma competição para a compra de vacinas com a rede pública, Claudio Lottenberg defendeu a criação de marcos regulatórios e minizou o problema. “Quem está no setor privado também é cidadão e tem direito de ser vacinado, ele vai estar custeando isso. Não estou aqui para defender o privado, estou pra defender o início da vacinação, que está lento e prejudicando o país, isso que estou para defender. As clínicas que foram à Índia estão abordando uma companhia que não está negociando com o Brasil. Existem tantas formas de evitar esse risco [disputa entre público e privado]. Estamos discutindo sobre algo e não fizemos nada. Estamos cometendo a maior das injustiças, que é não vacinar ninguém.”
Fonte: Jovem Pan