José Paiano, de 86 anos, foi um dos primeiros moradores do bairro Alto da Boa Vista, zona sul de São Paulo. Há 50 anos, as ruas eram de barro e a vegetação nativa tomava conta da região. Hoje, o Jardim Alfomares é um dos poucos locais com Mata Atlântica preservada. No entanto, para a tristeza de José Paiano, o espaço pode dar lugar a um condomínio de casas. “Isso aí não está certo, está errado. Mas o que a gente vai fazer? A gente é trunfo pequeno, quer dizer, eles chegaram e quiseram fazer um cemitério grego, alguém falou que não pode porque tem o aquífero Guarani. Aí quiseram fazer um condomínio de alto padrão e um promotor embargou. Agora vão fazer o que der, a gente não sabe o que vai acontecer”, conta. A esposa de José, dona Valderez Paiano, se lembra com carinho de quando trazia seus filhos para caminhar no Jardim Alfomares. “Passeei com meu filho ainda bebezinho pelas alamedas com as estátuas, era muito bonito, muito verde e tinham muitos animais. Então é uma judiação que todo esse arvoredo, todas essas espécies venham abaixo para se construir um condomínio.”
Fonte: Jovem Pan