O ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro será candidato a deputado federal por São Paulo pelo União Brasil. A informação foi confirmada à Jovem Pan pelo deputado federal Alexandre Leite, tesoureiro da sigla em São Paulo e uma das principais lideranças da legenda no maior colégio eleitoral do país – o parlamentar é filho do vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Moro se reúne na tarde desta quinta-feira, 31, com a cúpula de sua nova sigla em um hotel na Alameda Santos, em São Paulo, onde assinará sua ficha de filiação ao partido que surgiu da fusão entre DEM e PSL.
A migração de Moro do Podemos para o União Brasil vinha sendo gestada há meses –os dois partidos negociavam a formação de uma aliança para o pleito presidencial. Em uma das possibilidades aventadas, o presidente nacional do União, Luciano Bivar (PE), seria o vice na chapa do ex-juiz da Lava Jato. Em um segundo momento, foi colocada na mesa a hipótese de Moro, filiado à sigla que surgiu da fusão entre DEM e PSL, ter como vice a presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu.
Dentro do Podemos, o clima é de consternação. À Jovem Pan, o líder da sigla no Senado, Alvaro Dias (PR), disse, na tarde desta quinta, que o ex-juiz decidiu deixar o partido “porque entendeu que precisaria de uma estrutura maior para ter mais força no centro democrático”. “Quando se decide por um partido, você busca identidade em razão das causas, das bandeiras que o partido sustenta. Foi isso que motivou ele [Moro] a se filiar ao Podemos. Mas houve choque com a realidade do sistema político derrotado que é o nosso no Brasil. É um sistema político que substitui os conceitos por estrutura material. No Brasil, o fundo eleitoral acaba sendo predominante e prevalece sobre teses e projetos”, afirmou à reportagem. Para 2022, o Podemos terá cerca de R$ 200 milhões de reais do Fundo Eleitoral à disposição. O União Brasil, por sua vez, contará com cerca de R$ 900 milhões.