Mourão relaciona alta do desmatamento na Amazônia à saída de militares

Para Hamilton Mourão, as queimadas deste ano serão menores que as do ano passado

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, atribuiu a alta do desmatamento na Amazônia nos últimos meses à saída dos militares da região com o fim da operação Verde Brasil 2, em abril. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o mês de maio registrou 1.931 quilômetros quadrados de área devastada, o pior índice para o mês dos últimos cinco anos. Mourão, que é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, evitou dizer que a retirada das Forças Armadas do bioma foi um erro. “A missão das Forças Armadas não é essa, o emprego das forças requer uma quantidade de recursos que o Estado brasileiro muitas vezes não tem, ainda temos o combate à pandemia pela frente. Então não havia condições para a gente manter”, disse. A declaração aconteceu após reunião com outros ministérios nesta terça-feira, 6, para discutir o retorno dos militares às ações de prevenção e repressão a crimes ambientais por dois meses na região.

Hamilton Mourão negou que a operação tenha relação com a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. “Ela já estava decidida antes da saída do ministro Ricardo Salles. Estávamos apenas fazendo os ajustes, então uma coisa não tem a ver com a outra. A nossa grande visão é nós termos a COP26 [Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas] esse ano e queremos que o Estado Brasileiro chegue nessa reunião com índices positivos para que a gente possa negociar as nossas ambições em melhores condições”, afirmou. Segundo o vice-presidente, o objetivo é reduzir o desmatamento em pelo menos 10% até o fim de julho. “A gente tem que chegar ao final do mês de julho com uma redução de uns mil quilômetros quadrados de desmatamento. Esse é o nosso objetivo bem claro, é um objetivo factível. A partir daí inicia a temporada do fogo, o que nós também temos que impedir”, pontuou. Mourão acredita que as queimadas deste ano serão menores que as do ano passado. Os militares devem continuar na Amazônia até 31 de agosto, mas os trabalhos podem ser estendidos se necessário.


Fonte: Jovem Pan

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