As recentes ações da Rússia na região do Leste Europeu foram duramente criticadas na Organização das Nações Unidas (ONU) e por países membros do Conselho de Segurança na noite desta segunda-feira, 21, durante reunião de emergência. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que os russos violaram a integridade territorial e a soberania da Ucrânia após reconhecer a independência da República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk e enviar tropas às regiões em uma “missão de paz”. A decisão, considerada “absurda”, também foi criticada pela chefe de assuntos políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, e pela embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield. Para a representante norte-americana, as consequências das ações “serão terríveis” para a Ucrânia, Europa e todo o mundo.
“O presidente Vladimir Putin rasgou o Acordo de Minsk em pedaços. Deixamos claro que não acreditamos que ele vai parar por aí”, disse Thomas-Greenfield. A declaração endossa uma postura adotada já semanas pelos americanos, que alertam para uma invasão russo à Ucrânia “a qualquer momento”. Diante das críticas, o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, rebateu afirmando que o país segue aberta para a busca de uma solução diplomática. “Continuamos abertos à diplomacia para uma solução diplomática, no entanto, permitir um novo banho de sangue no Donbass é algo que não pretendemos fazer”, disse o Conselho de Segurança. A decisão foi condenada por países como Coreia do Sul, Japão, Nova Zelândia, Austrália, Turquia, Estados Unidos, além de nações europeias.
Sanções
Os Estados Unidos anunciaram sanções contra territórios rebeldes de Donetsk e Lugansk, após a Rússia reconhecer a independência das regiões e alertaram que outras medidas podem ser adotadas, se necessário. De acordo com a secretária de imprensa da Casa Branca, uma ordem executiva será emitida pelo presidente Joe Biden proibindo novos investimentos, comércio e financiamento de americanos para as regiões. As medidas, no entanto, são válidas penas se a Rússia não invadir a Ucrânia. Em caso de invasão, sanções mais amplas estão prontas para serem aplicadas.