A tensão entre os poderes Executivo e Judiciário tinha diminuído e agora voltou após críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, desta segunda-feira, 4, o ex-ministro da Corte Marco Aurélio Mello falou sobre a situação entre os poderes e sobre as eleições de 2022. Ao comentar sobre a possibilidade de um impeachment contra um dos ministros da Corte, Marco Aurélio falou sobre a vitaliciedade do cargo e disse não haver situação para solicitar o impeachment dos magistrados. “O (cargo de) ministro do Supremo deveria ser vitalício na cadeira. A nossa Suprema Corte foi criada à imagem da Suprema Corte americana e lá permanece o integrante enquanto tiver condições de bem servir ao país. Aqui temos uma vitaliciedade mitigada. De qualquer forma, responde o ministro do Supremo ao Senador da República, e não temos uma situação concreta para cogitar-se de impedimento deste ou daquele ministro do Supremo”, afirmou o ex-ministro.
Além disso, Marco Aurélio disse acreditar que a corrida eleitoral será “movimentada” e pediu moderação por parte dos poderes Judiciário e Executivo. “Será campanha eleitoral movimentada. Isso é bom para esclarecer os eleitores quanto aos perfis, plataformas e candidatos. Eu insisto, é preciso que haja moderação por parte dos poderes executivo e judiciário. Compreendemos que a República está assentada em um tripé, formado pelo legislativo, pelo executivo e pelo judiciário, cabendo a esse último a última palavra sobre conflitos de interesse. Eu tenho preconizado que se tire o pé do acelerador na verbalização”, completou Marco Aurélio.