‘Não vejo ambiente para aprovação da matéria’, diz Marcelo Ramos sobre voto impresso

Marcelo Ramos defendeu o atual sistema eleitoral, afirmando que as urnas eletrônicas são confiáveis

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL), considera que o debate sobre a PEC do voto impresso é “oferecer uma solução para um problema que não existe”. Para o parlamentar, considerando o contexto social e econômico do país, os deputados não deveriam “gastar energias” com a discussão. “Surreal que um país de 15 milhões de desempregados, 19 milhões passando fome, 125 milhões em insegurança alimentar, 800 mil empresas fechadas pela pandemia, mais de 520 mil mortes e alguém ache que a prioridade é discutir voto impresso”, afirmou ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 12, completando que a proposta, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, não deve avançar. “O mais engraçado é que o presidente já disputou oito eleições e nunca questionou os resultados, agora que ele aparece mal ele questiona”, completou.

Marcelo Ramos defendeu a necessidade de conhecer o funcionamento do sistema eleitoral, afirmando que a auditabilidade já existe e as urnas eletrônicas são confiáveis e seguras. “Temos eleições com a urna eletrônica desde 1996 e nunca tivemos um indício de fraude. […] Para fraudar o sistema, além de fraudar sistema mãe, teriam que fraudar cada uma das urnas, elas não são ligadas em rede. É um debate desnecessário em um momento tão sensível no país, o país tem outras coisas para discutir”, afirmou. “Não vejo ambiente para aprovação dessa mudança. O Brasil deveria concentrar energias do parlamento para tratar acelerar a vacinação, melhorar o ambiente de negócios, garantir a retomada do emprego e programa de transferência de renda. […] O resto é mais retórica do presidente em um momento que está acuado por causa das suspeitas de compra de vacinas“, pontuou.

O deputado também falou sobre os pedidos de impeachment entregues ao presidente da Câmara, Arthur Lira. Na visão de Marcelo Ramos, o tema não deve ser “vulgarizado”, visto que o Brasil enfrentou dois episódios semelhantes recentemente. “Impeachment não é tema que você acata e nem nega a priori, tem que considerar os fundamentos jurídicos e políticos. O presidente Arthur Lira é quem tem todos os pedidos, eu não li, ele tem todos os pedidos e tenho certeza que está tratando com prudência. É importante que a Casa emita um sinal claro para o povo brasileiro, se houver os fundamentos, que se acate. Se não houver, que se rejeite formalmente. O mais importante é retirar essa instabilidade de nem acatar e nem rejeitar. Tenho certeza que o presidente Arthur Lira está tratando isso com muita serenidade e muito preocupado com o futuro do país. Sinceramente acho que não existe ambiente político no país para isso”, finalizou.


Fonte: Jovem Pan

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