O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) se mostra pessimista em relação a uma possível candidatura única de terceira via e afirma que nomes estão sendo colocados à frente de um projeto para o país. Para o parlamentar e ex-governador do Paraná, será difícil que o União Brasil, PSDB, MDB e Cidadania entrem em consenso sobre um pré-candidato ao Planalto. “Eu reconheço as dificuldades existentes, as pretensões legítimas de cada um e a dificuldade de se chegar a um consenso. Estabelecer convergência em torno de um nome é muito difícil, até porque os projetos se diferenciam. Eu não vejo um projeto colocado à frente dos nomes. Isso seria essencial para estabelecer a convergência”, disse, em entrevista à Jovem Pan. “Não sou otimista em relação à conclusão desses entendimentos, exatamente por isso, porque os nomes estão sendo colocados à frente, e à frente deveríamos ter um projeto de nação”, acrescentou Dias.
Os quatro partidos anunciaram que devem lançar uma pré-candidatura conjunta à Presidência da República no dia 18 de maio. João Doria é o nome do PSDB, enquanto a senadora Simone Tebet está na disputa pelo MDB. Nesta semana, o União Brasil também oficializou a pré-candidatura de Luciano Bivar. O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite perdeu as prévias do partido tucano, mas também é um dos nomes cotados. Com a saída de Sergio Moro do Podemos, Álvaro Dias confirmou que a legenda cogita lançá-lo como candidato ao Planalto, mas afirmou que a decisão definitiva só deve ocorrer depois de junho. “Eu disse que a estratégia deve ser da prudência. Primeiramente, monitorar os movimentos da política, aguardar a decisão desse grupo que se reúne no chamado centro democrático, e depois disso fazer a avaliação correta, medir a pressão e decidir mais à frente qualquer movimento”, disse.
“Depende do movimento que ocorrer ao centro e qual o resultado desse movimento. Isso também tem importância na avaliação que vamos fazer”, completou. O senador concorreu à presidência em 2018 e terminou o primeiro turno em oitavo lugar, com 0,8% dos votos. Questionado sobre a saída de Moro do partido, Dias afirmou que este é um “assunto encerrado”. “Não falamos mais sobre isso. Já falamos muito e acho que temos fatos novos que devem ocupar o espaço de divulgação. Sergio Moro agora está no União Brasil e eu não sei o que está ocorrendo por lá”, afirmou.
CPI do MEC
Para Álvaro Dias, a possível abertura de CPI para investigar irregularidades no Ministério da Educação tem objetivo eleitoreiro e terminaria em “uma grande pizza”. O senador decidiu não assinar o pedido. “É a primeira vez na minha história política que eu não assino. O objetivo [da CPI] é meramente eleitoreiro, uma vez que a polícia já foi acionada, o Ministério Público também, e o Tribunal de Contas idem. A investigação judiciária está em curso, e uma CPI só se justifica para convocar o Ministério Público a instaurar procedimentos de investigação”, disse. “Portanto, o que nós teríamos seria um festival de discursos em um palanque armado, com objetivos eleitoreiros, com parlamentares buscando notoriedade e visibilidade, prestígio pessoal e, ao final, ofereceriam ao povo brasileiro uma grande pizza. A população do país não merece isso no ano eleitoral. Seria um desrespeito à sociedade brasileira, por isso eu não assino essa CPI”, concluiu.