Educadores cobram a retomada segura de aulas no segundo semestre e apoio a professores que temem a volta ao trabalho presencial. Desde o início da pandemia, o debate sobre o tema predominou nos Estados e municípios. A desigualdade entre os alunos se ampliou, pois parte deles tem dificuldade de acesso à internet. O gerente de Estratégia Política do Todos Pela Educação, Lucas Fernandes, defende o empenho das autoridades. “Os municípios têm muitas responsabilidades no Pacto Federativo e são os que têm menos estruturas para darem respostas e eles querem fazer. Os Estados têm que apoiar, já que o governo federal tem sido no mínimo apático nesse processo”, pontuou. Em audiência no Senado Federal nesta sexta-feira, 2, Lucas Fernandes avaliou que falta ao Brasil uma regra uniforme para a volta às aulas. A professora da Universidade Federal do Espírito Santo, Ethel Maciel, não acredita em reabertura segura.
“Que nós temos aí escolas que não têm banheiro. Em uma pandemia de vírus respiratório, onde a necessidade da higienização das mãos é importante, você não ter banheiro já é a principal barreira de impedir a abertura segura, porque não há segurança nesse local”, disse. A professora lembra que cada Estado adotou medidas diferentes nas escolas. O secretário estadual de Educação do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques Ferreira, defende o retorno imediato, apesar dos riscos. “O que eu defendo aqui é primeiro que a escola pública, com todas as dificuldades, está preparada no retorno, seja se mantendo como está, atendendo com as dificuldades e as perdas que temos no mundo todo”, disse, reiterando que cada Estado tem a prerrogativa de adotar medidas. Um projeto em tramitação no Senado classifica a educação como serviço essencial e proíbe que aulas sejam suspensas na pandemia.
Fonte: Jovem Pan