Oito em cada dez adolescentes, com idades entre 12 e 19 anos, afirmam afirmam já ter presenciado casos de violência nas escolas. Nas redes sociais a proporção é ainda maior: chegando a nove relatos de agressões e ofensas. É o que aponta a pesquisa liderada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), governo estadual e Unicef. A chefe do escritório do fundo em São Paulo, Adriana Alvarenga, destaca a importância de discutir o tema como forma de mitigar a violência entre os jovens. “91% dos adolescentes consideram que, apesar de ser um assunto chato, é preciso falar sobre as violências que os afetam no dia-a-dia. Então fazer trabalhos em diferentes espaços que promovam discussões, debates, que se aprofundem sobre as origens dessas violências, que se cruzem com essa reflexão sobre o quanto o racismo estrutural, a desigualdade entre gêneros, a LGBTfobia afeta as diferentes violências é muito importante para trabalhar a melhoria dessa situação.”
A pesquisa revela ainda que as ruas e os bairros estão entre os principais espaços onde a violência é presenciada. Já entre as mulheres e a população LGBTQIA+, o cenário mais comum, é a própria casa. A presidente do Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, deputada Marina Helou, defende que é preciso um esforço coletivo do poder público e da sociedade civil para assegurar a criação de políticas públicas que garantam a segurança aos adolescentes. “Desde quando as crianças são bem pequenas, criar espaços acolhedores, que tenham profissionais preparados para acolher e criar espaços seguros são fundamentais para chegar ao Ensino Médio, aos adolescentes que já convivem com a violência em tantos lugares da sua vida de uma forma diferente”, afirma. Ainda segundo a parlamentar, apenas no Estado de São Paulo, em média ,400 crianças e jovens de 10 a 19 anos são vítimas de mortes violentas intencionais todos os anos.
Fonte: Jovem Pan