Moradores do Distrito Federal estão assustados com a circulação de duas onças – mãe e filhote – pela zona rural de Brasília. Os animais comeram 11 galinhas, atacaram uma égua com mordidas e também se alimentaram de uma potra. Ao ir embora, deixaram pegadas no caminho. Lucas Farias, que trabalha em uma chácara na região, conta os estragos causados. “Fomos procurar e encontrei a potra toda machucada, aí concluímos que poderia ser uma onça. A polícia ambiental e o Ibama vieram e falaram que era uma onça”, relata. Também morador da região, o chacareiro Carlitos Xavier conta que, antes de saber dos animais, achava que o cachorro do vizinho que estava matando a criação de galinhas. Os animais também mataram dois carneiros de criação. “Comprei um casal de carneiros. Quando foi umas 22h cheguei no curral e meus carneirinhos estavam mortos, sangrando no pescoço. Achei que era cachorro também, mas fui descobrir que era a onça que está fazendo isso na vizinhança”, conta Carlitos, que mudou a rotina e teme pela região. “Tem criança que fica passando na rua, indo para escola e está muito perigoso”, completa.
Em outra chácara, um bode foi arrastado fora da propriedade e encontrado morto no dia seguinte. A criação de animais foi reduzida a quatro bodes. Seis ovelhas e um carneiro foram mortos. A polícia ambiental trabalha com câmeras de monitoramento para encontrar os animais o mais rápido possível. “Já temos uma estratégia traçada para a possível captura e reintrodução em outra área de preservação. Solicitamos à população da região que tenha paciência, porque demanda um tempo”, diz o capitão Saquetti, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA). Os registros de passagem de mãe e filhote começaram há mais de uma semana. Câmeras chegaram a flagrar um dos animais durante a noite, em um local próximo a uma residência. Pegadas foram registradas no Altiplano leste, no Lago Sul, a região mais nobre de Brasília. As onças pardas, também conhecidas como pumas ou suassunas, são consideradas o segundo maior mamífero das Américas. Elas costumam ter pelagem marrom e cinza e fazem parte da lista de animais em extinção.
*Com informações da repórter Francy Rodrigues