Um levantamento divulgado pela ONG Foro Penal nesta quinta-feira, 14, mostrou que pelo menos 260 pessoas detidas na Venezuela são consideradas presas políticas. O comunicado, emitido pelo diretor-presidente da organização, Alfredo Romero, mostrou que 245 dos presos são do sexo masculino e 14 do sexo feminino. A maioria deles, 133, são militares e 127 são civis. Um dos detidos seria um adolescente que não teve identidade revelada. Segundo Romero, a ONG prestou assistência a mais de 12 mil presos por motivações políticas desde 2014 e mais de 15 mil pessoas foram detidas no mesmo período. Eles afirmaram, ainda, que mais de 9 mil pessoas têm “medidas restritivas de liberdade” no país.
Na última terça-feira, 12, a ONG divulgou que morreram no país 12 presos políticos, que estavam sob a custódia do Estado desde 2014. As informações da organização foram divulgadas dois dias após o anúncio da morte do ex-ministro da Defesa da Venezuela e antigo aliado de Hugo Chávez, Raúl Isaias Baduel. Segundo o procurador-geral do país, Tarek William Saab, o general do Exército, que estava preso desde 2009, faleceu de uma parada cardiorrespiratória em decorrência da Covid-19. A família do militar negou a infecção pelo novo coronavírus, e a filha dele, Andreina Baduel, afirmou que o pai foi assassinado pelo governo venezuelano. O advogado da família Baduel, Omar Mora Tosta, garantiu, em entrevista à emissora “VPI”, que a causa da morte do militar precisa ser investigada e que já foi feito pedido para a entrega do corpo. “Que não aconteça como em outros casos, em que eles se desfaçam ou cremem as pessoas ao bel-prazer”, disse o representante. Além disso, Mora Tosta garantiu que irá fazer pedido por uma investigação por uma “comissão internacional” para determinar as causas da morte do ex-ministro, garantindo não haver credibilidade na versão do procurador-geral.
*Com informações da EFE