Na terça-feira, 27, o Senado fará a primeira reunião da CPI da Covid-19, que será instalada com o objetivo principal de apurar as ações e omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia do novo coronavírus. O primeiro passo será a eleição da cúpula do colegiado – um acordo costurado pela maioria dos integrantes prevê as indicações de Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) para a presidência, vice-presidência e relatoria, respectivamente – mas os parlamentares já discutem qual será o plano de trabalho e a ordem dos eventuais depoimentos divide o grupo formado por senadores oposicionistas e independentes.
Segundo apurou a Jovem Pan com os integrantes da CPI, há um impasse sobre quem deve ser chamado prioritariamente. Uma ala defende que a comissão faça uma espécie de retrospectiva dos fatos. Neste caso, seriam ouvidos os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, por exemplo, que deixaram o governo ainda no primeiro semestre de 2020, durante a primeira onda da doença. A ideia é apurar se, à época, Bolsonaro boicotou medidas sanitárias defendidas pelos comandantes da Saúde. Por outro lado, há quem defenda que o colegiado comece por quem atualmente ocupa cargos, não apenas no governo federal, mas em órgãos como o Conselho dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), para que se possa constatar qual é o legado da gestão de Eduardo Pazuello, exonerado em 18 de março deste ano, o que tem sido feito no pior momento da pandemia e quais as alternativas viáveis para evitar um cenário ainda pior. “É mais complicado fazer manutenção com o carro andando, mas nesse caso é fundamental”, avalia um dos titulares da comissão.
Fonte: Jovem Pan