Podemos não vai apoiar os extremos se não tiver candidatura própria, afirma Renata Abreu

Renata Abreu, deputada federal e presidente nacional do Podemos

Nesta terça-feira, 19, a deputada federal e presidente nacional do Podemos Renata Abreu concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para falar sobre o atual cenário político envolvendo a sigla e a chamada terceira via. Segundo ela, o partido passa por um momento de definição de um novo nome para disputar as eleições presidenciais, após a saída de Sergio Moro da legenda, migrando para o União Brasil. O Podemos deve se reunir no dia 27 de abril para decidir a questão e, caso não tenha uma indicação, não deverá apoiar o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O Podemos luta contra os extremos. A gente não acredita que os extremos vão ajudar a resolver de fato os problemas do dia-a-dia. Hoje, tem uma ala majoritária dentro do partido que defende o lançamento de uma candidatura própria. Isso será discutido no dia 27. O nosso caminhar mais próximo de fato é com o centro, com uma candidatura própria, mas, se isso não for possível, não estaremos nos extremos, essa é uma convergência, praticamente, dentro do partido. Estamos ainda lutando com aquele centro democrático para viabilizar um único nome. Agora, se isso não for possível, nós não queremos deixar o Brasil sem uma alternativa de equilíbrio, buscando inclusive alguns candidatos tanto no aspecto político e outros talvez fora disso, como um diferencial, com bandeiras muito claras, para tentar romper a barreira da polarização”, afirmou Renata.

Questionada sobre a possibilidade de falha da terceira via e chegada ao segundo turno com Lula e Bolsonaro na disputada, a presidente do Podemos afirmou que a decisão de apoio a um dos lados será do partido como um todo, “uma decisão do coletivo”. Entretanto, destacou não ver uma possibilidade de apoio a ambos. “Eu não vejo possibilidade do Podemos, num eventual segundo turno, estar apoiando nenhum dos dois lados que eventualmente se coloquem dos extremos. Eu não consigo ver essa convergência dentro do partido. O caminho mais natural seria o da neutralidade“, defendeu.

Renata ainda ponderou sobre a saída repentina de Sergio Moro do Podemos, que até então era o pré-candidato da legenda à Presidência da República. “Dentro do Podemos, hoje, o assunto Sergio Moro está superado. Queremos olhar para a frente e continuar buscando de fato uma alternativa de equilíbrio para o Brasil. Nenhuma construção local do Podemos foi feita baseada na pessoa de Sergio Moro, o que foi uma grande vantagem. Então, a saída dele não teve impactos nas chapas proporcionais (…) Tanto é que os nomes que vieram com o Sergio, o Deltan Dallagnol e o general Santos Cruz, continuam no Podemos e como pré-candidatos”, disse Renata.


Fonte: Jovem Pan

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