É possível contrair Covid-19 entre as duas doses da vacina? Especialistas explicam

Especialistas esclarecem que a infecção não pode ser um efeito colateral da vacina

A enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos, foi imunizada com a CoronaVac no dia 19 de janeiro, mas começou a observar os sintomas da Covid-19 três dias antes de receber a segunda dose, que estava marcada para o dia 16 de fevereiro. A profissional de saúde ficou internada durante alguns dias para que pudesse ser observada pelos médicos mas, segundo a Secretaria de Saúde da Bahia, já recebeu alta, voltou a trabalhar e deverá receber a segunda dose ainda nesta semana. Apesar da recuperação, o caso de Maria Angélica acendeu questionamentos por parte da sociedade. É possível contrair a doença após a vacinação? A infecção pelo coronavírus pode ser um “efeito colateral” do imunizante? O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, Hebert Guedes, explica que existe a possibilidade dos imunizados contraírem o vírus dentro da chamada “janela imunológica”, que seria o intervalo entre as doses. Isso porque os dados de eficácia das vacinas se baseiam em um período de 15 dias, mas só após a aplicação da segunda dose dos imunizantes.

“Quando a gente fala de vacinação, falamos de um esquema vacinal. Quando você toma a primeira e a segunda dose, no início, você não tem títulos tão altos de anticorpos. Você só pode considerar que o sistema vacinal está completo, no mínimo, 15 dias após a segunda aplicação. É possível que você contraia entre as doses porque você não completou o esquema e está no meio da janela imunológica”, esclarece Guedes. “Isso acontece bastante com a gripe. A pessoa toma a vacina e três, quatro dias depois, se infecta. Ela vai ter a doença igual quem não se vacinou, porque ela ainda não está protegida. Formar anticorpos é um processo”, afirma a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi.


Fonte: Jovem Pan

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