A indefinição de regras sobre uso de armas no Brasil tem incomodado praticantes de tiro esportivo. Na semana passada, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, suspendeu partes de decretos do presidente Jair Bolsonaro que ampliam o acesso a armas no país, uma promessa de campanha. Entre outros pontos, a decisão retirou a autorização para a prática de tiro recreativo, independentemente de prévio registro dos praticantes. Frequentadora de um clube de tiro, a advogada Gabriela Barbosa defende a simplificação das regras. “A burocracia hoje é muito grande para você poder praticar o tiro esportivo ou ter o posse ou porte de armas. Poderia ser simplificado para implementar de modo correto.”
Na decisão, Rosa Weber afirmou que existe uma “inequívoca correlação entre a facilitação do acesso da população às armas de fogo e o desvio desses produtos para as organizações criminosas”. O empresário e praticante de tiro esportivo, Sérgio Pereira da Silva, rebate o argumento. “Quem está disposto a comer crimes, fazer coisas erradas, não se preocupa com a legalização de armas, ele vai usar armas de qualquer forma. A arma por si só não causa violência, o que causa violência são pessoas mal formadas”, disse. Para o engenheiro Dennis Baptista, o debate das armas é uma questão de proteção. “O meu motivo no Brasil, insegurança, as forças nacionais públicas não têm quantidade, não têm a efetividade para nos atender no tempo que acontecem os riscos”, afirmou. Na última sexta-feira, o plenário do STF iniciou o julgamento sobre a validade dos decretos editados por Bolsonaro. Um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes adiou a discussão e ainda não há data para retomada. A revogação dos decretos também está em discussão no Senado Federal, sem prazo para conclusão.
Fonte: Jovem Pan