Fraqueza, queimação e tontura: esses foram os sintomas que pararam a vida de Cláudia Menezes há oito anos. Na época, com apenas 32 anos, a dentista sabia que estava se sentindo mal, mas não tinha ideia de que estava sofrendo um infarto. “Foi uma coisa que me assustou muito, porque eu não estava me sentindo tão mal como as pessoas falam, dor no peito, no braço. Não estava sentindo nada disso, mas mesmo assim estava infartando. Você imagina que é qualquer coisa, uma queda de pressão, mal-estar, mas nunca tinha sentindo aqueles sintomas da maneira como estava sentindo.”
Histórias como a dela são mais comuns do que se imagina: apenas uma a cada cinco mulheres que infartam apresentam sintomas típicos, como náuseas, dores no estômago e falta de ar e cansaço extremo. E é exatamente por isso que muitas acabam sem conseguir um diagnóstico precoce. A cardiologista Fernanda Mangione, da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, explica que é necessário ter atenção aos sinais e acompanhamento médico constante. “Diabetes, pressão alta, colesterol alto, tabagismo, fumar em grande quantidade, essas pessoas mais obesas, sedentárias. Outro fator também que é bastante relevante é a história familiar em parentes de primeiro grau.”
No Brasil, 1 em cada 5 mulheres adultas sofrem de doenças cardíacas. Problemas no coração matam 8 milhões de mulheres por ano, oito vezes mais do que o câncer de mama. Mesmo assim, poucas delas visitam o cardiologista regularmente. Por isso, a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista lançou a campanha “Mulheres também infartam”, com vídeos e histórias de mulheres que tiveram o problema. A ideia é chamar a atenção do público e dos médicos sobre a importância de cuidar do coração.
Fonte: Jovem Pan