Em um manifesto, 29 subprocuradores cobraram uma ação enfática do procurador-geral da República, Augusto Aras, diante dos ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro ao Poder Judiciário. O documento sustenta que “na defesa do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, de seus integrantes e de suas decisões, deve agir enfaticamente o procurador-geral da república – que, como procurador-geral eleitoral, tem papel fundamental como autor de ações de proteção da democracia –, não lhe sendo dado assistir passivamente aos estarrecedores ataques àquelas Cortes e a seus membros”. O texto lembra que as declarações podem configurar crimes comum e de responsabilidade. Augusto Aras já havia sido cobrado por subprocuradores a investigar as falas de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.
O Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Ubiratan Cazetta, também se manifestou. Em uma postagem nas redes sociais, Cazetta afirmou que “a democracia convive sem problema com a divergência de opiniões, mas não transige com o papel que desempenham as instituições em seu funcionamento”. Segundo ele, “agredir instituições não é algo anódino ou apenas bravata, mas colocar em risco a própria noção de sociedade livre, plural e democrática que temos obrigação de defender”. Ubiratan Cazetta ainda declarou que “não se agride instituições sem um dano à própria noção de democracia” e disse que “na divergência respeitosa, o sistema se aperfeiçoa; na ameaça, constrói-se sua própria destruição”.
Fonte: Jovem Pan