O corregedor geral da Justiça Eleitoral, ministro Luiz Felipe Salomão, deu 15 dias para que o presidente Jair Bolsonaro apresente as provas que ele diz ter sobre uma suposta fraude no sistema eletrônico de um votação nas eleições de 2018. O ministro, que faz parte do Tribunal Superior Eleitoral, editou uma portaria determinando que toda autoridade que tenha relatado ou que venha relatar a ocorrência de fraudes ou irregularidades no processo eleitoral precisa apresentar evidências ou as informações sobre os fatos. Por mais de uma vez, o presidente Bolsonaro afirmou que tem provas que a eleição de 2018 foi fraudada. “Eu fui eleito no primeiro turno. Eu tenho provas materiais disso, mas o sistema, a fraude que existiu, sim, me jogou pro segundo turno. Outras coisas aconteceram e eu só acabei ganhando porque tive muito voto”, afirma o presidente. Além de Bolsonaro, o corregedor citou o Cabo Daciolo, que foi candidato presidente também em 2018, e o deputado estadual Oscar Castello Branco como nomes que fizeram denúncias de fraude nas urnas eletrônicas.
O Presidente do TSE, ministro Roberto Barroso, recebeu na segunda-feira, 22, em Brasília, parlamentares da comissão temporária da Câmara dos Deputados que discute implantação do voto impresso no país. O objetivo do encontro foi demonstrar que o processo eleitoral brasileiro é seguro. Barroso lembrou que a urna eletrônica surgiu exatamente pra combater as fraudes que aconteciam nas eleições com papel. “Hoje em dia se desconfia de tudo. Se fizer uma enquete, vai dar desconfiança. Quando voltar ao papel, vão desconfiar do papel também. Só que eu acho que o o papel vai oferecer mais motivos para a desconfiança”, apontou o ministro. Barroso disse, no entanto, que não pretende mudar a convicção de ninguém. E ressalta que, se o Congresso aprovar, será aberta uma licitação pra garantir a impressão do voto. Mas ele lembrou que as impressoras não estão à venda, precisarão ser construídas. A deputada Bia Kicis, que é autora da proposta que está sendo discutida na Câmara, afirmou que as dificuldades impostas pelo tribunal não podem superar a confiança do eleitor. “Porque aqui eu vejo que toda essa explicação maravilhosa pode ser muito convincente para tecnocratas, mas ela não convence o eleitor, porque o eleitor quer poder enxergar com seus próprios olhos”, disse Bia Kicis. O deputado Paulo Martins, que é presidente da Comissão Especial, afirmou que o TSE fez a defesa do que foi construído pelo tribunal, mas que foi importante pros deputados compreenderem melhor a estrutura do sistema de votação brasileiro.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
Fonte: Jovem Pan