Um acordo entre a Rússia e a Ucrânia para um cessar-fogo está cada vez mais distante, e a perspectiva é que o conflito se estenda por mais tempo. A avaliação é do professor de Relações Internacionais da ESPM, Alexandre Uehara, a respeito da situação no Leste Europeu, que já perdura por 54 dias. Segundo ele, com o avanço das ofensivas russas, as posições dos países têm se afastado, o que prejudica as chances de negociações. “Tivemos situações que se imaginava que teria um consenso, mas o que vemos é que a Ucrânia e Zelensky têm buscado sua integridade, se opondo à Rússia. E a Rússia mantém seus ataques, cada vez maiores, o que dificulta a negociação”, pontua Uehara, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. “Putin não quer voltar para casa de mãos abanando, então a perspectiva é que a guerra continue”.
Na visão de Alexandre Uehara, à medida que a Rússia tenta avançar na Ucrânia, com novos bombardeios, é possível observar uma frustração de Moscou e, ao mesmo tempo, um aumento das tensões com os países-membro com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), acusados de “armar” a Ucrânia. “Os membros da Otan têm tomado um cuidado de fazer com que a guerra não escale e não envolva os países. […] Há uma grande dificuldade das forças russas avançarem e para justificar [a frustração], a Rússia acusa a Otan de estar armando a Ucrânia”, explicou o professor, que pontua a guerra nuclear como grande temor da organização. “É uma linha muito tênue entre o que a Rússia entende que pode ser o suporte dado e o que ultrapassa o limite. Isso é um temor porque os países não sabem o limite de Putin e o risco é o uso de arma nuclear, o maior temos de todos.”