EUA: Oklahoma quer de volta os US$ 2 milhões gastos em hidroxocloroquina

No Brasil, a compra e distribuição da hidroxicloroquina é alvo de questionamento do Tribunal de Contas da União

Oklahoma, nos Estados Unidos, está tentando devolver um estoque de US$ 2 milhões em hidroxicloroquina, medicamento usado para o tratamento da malária que foi apontado pelo ex-presidente Donald Trump como eficaz para a Covid-19. A tarefa está nas mãos do procurador-geral Mike Hunter, que negocia com a empresa privada FFF Enterprises a devolução de 1,2 milhão de pílulas adquiridas em abril do ano passado. A compra foi feita a pedido do Departamento de Saúde do Estado de Oklahoma e defendida pelo governador republicano Kevin Stitt. Na época, ele justificou o gasto dizendo que não queria perder a oportunidade de adquirir o remédio “promissor”, que poderia ter outros usos para além do tratamento da Covid-19. “Esse dinheiro não será desperdiçado em nenhum aspecto”, afirmou então. A informação sobre a tentativa de devolução foi divulgada pela primeira vez pelo portal de notícias online The Frontier, com sede no estado.

Antes que eficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19 fosse comprovada ou não, 20 governos regionais dos Estados Unidos obtiveram mais de 30 milhões de doses do remédio por meio de doações. O agravante no caso de Okhlahoma, e também de Utah, é que ali as compras foram feitas diretamente de farmacêuticas privadas. Utah gastou US$ 8 milhões em 200 mil pacotes de hidroxicloroquina, mas já conseguiu o obter o reembolso da compra. A hidroxicloroquina demonstrou ter pouco ou nenhum efeito no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a ineficácia do medicamento para essa finalidade em outubro, após realizar um estudo com 954 adultos que estavam sendo tratados em 405 hospitais de 30 países diferentes. Antes disso, as autoridades de saúde já alertavam que a droga poderia ter efeitos colaterais graves, como batimentos cardíacos irregulares e até mesmo morte. Apesar de ter inicialmente defendido o uso do remédio, o ex-presidente Donald Trump não foi tratado com ele quando foi infectado pelo novo coronavírus em outubro.


Fonte: Jovem Pan

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